TROVAS – A MOÇA NA JANELA

por Irene Zanetti

A moça na janela,

Certa tarde ela debruçou no alpendre de sua casa,

Segurou a vidraça feito de vidro tenro,

Sentiu um perfume que veio de lá de fora.

E disse pra ela mesma,

O jasmim acordou!

Tinha um óculos que suavizava a figura dos seus olhos selados,

Então pensava, um botão flor avermelhado apareceu,

ficava sorrindo na janela, sentindo…sentindo.

Tinha as mãos escuras que pareciam com a tarde antes do sol ir embora,

Ficava pensando quantas horas sem você sol?

A única claridade que tenho de mim e em mim.

Tinha um pincel sem tinta,

atrás da vidraça ela desenhava figuras nela,

Depois com um sopro apagava as figuras no vidro,

e recomeçava sempre fazendo figuras imaginárias.

Tinha nos cabelos uma trança com uma flor azul pendurada.

Sem ter os seus olhos para ver, o beija flor na flor se saciava.

A moça na janela havia tinha um quarto escuro sempre em sua volta,

Era a cegueira dos olhos seus,

Mas tinha os ouvidos audíveis,

De surpresa surgiu um abraço.

Era o beija flor que pousou nos ombros dela.

Encostada na parede ficava minutos á fios,

Como se estivesse olhando tudo lá fora.

Enxerga as imagens da cegueira dentro dele.

Então a fantasia e a realidade da sua vida vivia dentro dela.

Outras publicações

Deixe um comentário