POÉTICA

por Irene Zanetti

POÉTICA

No barco da vida, No barco do viver.

Ainda a morada está nos oceanos que derramam suas águas entre os pedaços da terra e deles nascem a vida.

No sonho das ilusões, os homens embalam as águias, as gaivotas que buscam seus alimentos.

Saem num voo de tudo poder nele querer.

Seu navegar começa com as águas baixas do mar.

Seu destino vai lhe pregar uma peça no barco que o carrega, a vida conhecida que a terra ofereceu.

Sai navegando querendo conhecer mais do seu querer.

Faz buscas de vários sentidos que entrega no seu coração a confiança de estar se entregando á ele.

Quando as águas profundas, ele alcança , perde a direção de tudo do seu caminho e de sua história apenas humana.

Sente que corre o risco de não mais se encontrar, com os seus medos, no vazio do seu querer ter e acorda a sua consciência de nada poder fazer na imensidão do oceano.

Sente o medo maior, mais que humano nas suas entranhas e na sua palidez percebe que apenas navega nas águas profundas de seu sentir.

Sem medo do retorno adormece como se estivesse num leito de dor.

O barco expande o seu tamanho, nele o homem deixa as suas experiências humana. Apenas humana.

E percebe que nada significam diante da força da sua brava experiência.

Na sua luta de salvar-se, passa a não saber como sentir as duas dimensões de ser com o seu Ser.

Fica entre humano terrestre e a dimensão do universo que o fez.

Seu caminho, seu trabalho, as ruas que atravessam se tornam vazias, com o gosto de quem muito quis e nada conquistou, apenas sorri quando isso sente.

Espera de si que as ondas balançam ainda mais, para aprender a navegar sem os remos…

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