Plenitude II

por Irene Zanetti

A plenitude humana existe?

No caminho andava um velho com o bastão carregado de histórias.

Vinha de longe, muito longe através do sopro dos ventos amenos,

Certa tarde quando o sol partia, ele chegou na aldeia próxima á um oásis do deserto.

Estava cansado pelo sol escaldante,

e tinha um brilho no olhar que pareciam duas estrelas nascendo.

O ancião percebendo o anoitecer chegou e tentou caminhar um pouco mais rápido, para não se encontrar com o escuro da noite.

Enquanto caminhava tropeçou em algo, e de repente estava ele com o cajado no chão…

Ali ficou esperando que alguém o visse e pudesse ajuda-lo.

Ali ficou e a noite chegou temerosa e cheia de sombras….

O escaldante sol, se transformou numa espessa onda fria, tão fria que o velho tremia…

seria de frio?

ou do medo que o abateu?

A noite seguiu o seu percurso, e na manhã seguinte o sol novamente ali estava prometendo muito calor para o dia.

No primeiro toque do sol no corpo do ancião sentiu, despertou nele um pensamento.

Caminhas, há tempo em busca do que senhor ?

Sem saber o que responder a ele mesmo, diz…na busca de mim mesmo…

Outro pensamento surgiu das suas entranhas desconhecidas,

ainda não aprendeu viver o que como você é então?

Senti medo da noite, do frio que passaria, senti a escuridão, o vazio,…

a solidão, o vento e as sombras da própria noite.

Caminhas quanto tempo?

para aonde vai?

cabisbaixo ele responde ao pensamento,

-vou em busca de mim…

o pensamento sem piedade disse então,

e perde todas as oportunidades que tem…para descobrir-se como humano?…

O cajado ali ficou deitado aonde o velho adormecera na noite que passou…

seguiu o seu caminho, com as mãos vazias e o rosto confrontando os ventos…fortes…

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