
A plenitude humana existe?
No caminho andava um velho com o bastão carregado de histórias.
Vinha de longe, muito longe através do sopro dos ventos amenos,
Certa tarde quando o sol partia, ele chegou na aldeia próxima á um oásis do deserto.
Estava cansado pelo sol escaldante,
e tinha um brilho no olhar que pareciam duas estrelas nascendo.
O ancião percebendo o anoitecer chegou e tentou caminhar um pouco mais rápido, para não se encontrar com o escuro da noite.
Enquanto caminhava tropeçou em algo, e de repente estava ele com o cajado no chão…
Ali ficou esperando que alguém o visse e pudesse ajuda-lo.
Ali ficou e a noite chegou temerosa e cheia de sombras….
O escaldante sol, se transformou numa espessa onda fria, tão fria que o velho tremia…
seria de frio?
ou do medo que o abateu?
A noite seguiu o seu percurso, e na manhã seguinte o sol novamente ali estava prometendo muito calor para o dia.
No primeiro toque do sol no corpo do ancião sentiu, despertou nele um pensamento.
Caminhas, há tempo em busca do que senhor ?
Sem saber o que responder a ele mesmo, diz…na busca de mim mesmo…
Outro pensamento surgiu das suas entranhas desconhecidas,
ainda não aprendeu viver o que como você é então?
Senti medo da noite, do frio que passaria, senti a escuridão, o vazio,…
a solidão, o vento e as sombras da própria noite.
Caminhas quanto tempo?
para aonde vai?
cabisbaixo ele responde ao pensamento,
-vou em busca de mim…
o pensamento sem piedade disse então,
e perde todas as oportunidades que tem…para descobrir-se como humano?…
O cajado ali ficou deitado aonde o velho adormecera na noite que passou…
seguiu o seu caminho, com as mãos vazias e o rosto confrontando os ventos…fortes…