No asfalto a chuva se derramava,
como se não conseguisse desviar da descida da rua.
Parecia que quando a chuva batia no chão ela desmaiava,
ficava sem sentido…

Na vinda dos longos quilômetros entre o espaço e a terra ela vinha pontiaguda,
como fios de cristais…
Atravessava o mesmo caminho que fez quando evaporou e voou pra cima do próprio umbigo,
O vapor das águas mais quentes suam exaltando o seu calor, a sua neblina contida no solo…nas plantas…na respiração dos seres vivos.
Assim a chuva se formava pensava eu…enquanto a chuva caía sem se importar com o que eu estava pensando.
Estiquei o pescoço para ver ate aonde ali poderia ir…
meio tonta, meio atrapalhada depois que ela deixou de ser uma chuva e passou ser uma enxurrada.
Bem alto estavam as nuvens ainda escuras, amontando os vapores de todas as cores que subiram com ele para formar as abençoadas chuvas…
A calma das águas que desciam pela rua pareciam que a esta, estava passando para outros lugares de acordo com os ventos.
Um novo olhar estiquei para o alto, uma nova camada de águas pontiagudas vinham fazendo barulho agora prometendo uma pequena tempestade.
Os ventos pareciam celebrar a chegada das águas, assim o compromisso deles estava sendo concretizado…
Num impulso ofereci minha face em forma de gratidão pela consciência da necessidade que os seres vivos tem da chuva…
Como um beijo, dela recebi uma lambida açucarada…como se tive dizendo… quando for possível vamos brincar de novo?