Numa igrejinha de cor azul,
no meio do mato ali estava há muitos anos atrás.
O seu visual era visto de muito longe,
pois ficava num morro, aonde tinha uma nascente.

Poucas vezes no ano tinha celebrações, missas, batismos, comemorações dos dias dos Santos.
A criança que ali ia tinha a impressão que era um lugar que não existia na Terra.
Dentro dela parecia a porta de entrada para o céu.
O que é céu, certo dia perguntei ao meu vovô…
Segurando minha mão ele disse é a morada do Deus salvador.
Quis conversar mais sobre isso e ele me interrompeu aqui dentro da igreja não se pode conversar.
A missa acabou e os adultos ficaram conversando no jardim com a grama tenra, que parecia esculpida, preparada para receber o vigário e o povo da região.
As crianças brincavam de corre…corre e o vento fresco parecia dançar ali em volta.
Um rodamoinho surgiu de repente e aos poucos foi crescendo fazendo o seu volume se tornar gigantesco.
Todos os presentes começaram ficar aflitos, as crianças estavam próximas para ver melhor como ele rodava sem parar.
Muitos chamados, gritos surgiram dos adultos, pois as crianças já não conseguiam sair da proximidade, porque o rodamoinho espalhava uma espessa poeira e com os olhos fechados ficaram ali.
Sem conseguir se aproximar os adultos cada vez mais tentavam retirar as crianças em volta daquele movimento desvairado.
Foi então que com a velocidade de girar e mudando de lugar acabou sugando duas crianças menores, que ali estavam e as remessou para o ar.
Logo em seguida as crianças vieram para o chão, como se o rodamoinho as cuspisse.
Certamente foi questão de longos segundos.
Passageiro como são os rodamoinhos, se foi, deixando o seu rastro no chão, com sinais circulares na grama tenra e preparada com todo zelo.
O socorro para com as crianças fora imediato, passando álcool com arruda, nos raspões com a queda.
O susto pegou todos ali.
O padre assistindo tudo que aconteceu, recolheu de volta os seus fiéis e novamente os abençoou.
este pedaço de tempo aconteceu em 1956…
Naquela mesma semana o vovô foi na casa dos seus netos, lembrei da missa do domingo que tinha passado,
e lembrei do interior da igrejinha.
Desta vez perguntei pra ele se o Deus Salvador morava no céu numa casa como as pessoas moravam na Terra!
E ele disse Ele mora no céu e em todas as casas da Terra…
ainda lembro destas palavras pois nelas acreditei sempre…sempre…