Parede invisível – Irene em 01/01/2025
Vejo a parede em frente ao espelho de mim.
Do outro lado vem a guia do vento que manifesta uma saudade de escrever.
A saudade de atravessar a parede entre o eu e a realidade existente diante de mim.
Não fujo do ambiente que vivo, e que esta a minha ausência,
nem corro nos braços com espinho do desespero.
Há uma falha quando falo, não é a língua que atrapalha, mais a minha vontade de não falar.
Tampo o grito da liberdade que faz o traçado de que tudo tem a liga do existir.
Assim fico na beira da cama que meu corpo quer se acomodar.
Penso nos diversos feitos incompletos que minha jornada viva se e expandia sem eu pedir.
Agora faz um tempo que deixei a escravidão de sempre querer avançar, contra o vento.
Agora os passarinhos adormecem cedo, e o pássaro da noite, o guia de todos os outros pássaros não escuto e nem o vejo.
Isso diz que a ausência não é deles, mas a minha falência de sentir a profundidade que eles traziam para o meu sentir.
O manto da noite as vezes se confunde com o cinza das tardes que o vento leva e traz.
Sinto que meu coração sangra repentinamente, as vezes nem sei porque, melhor assim que atravessar um túnel incerto.
Melhor escaldar o caldo do alimento, do que come-lo sem querer.