OUTONO – LIVRO

por Irene Zanetti

Irene 21/06/2020

No tempo que se ouvia o vento na curva da estrada.

Entre o sol e a chuva, as frestas do outono esperava a chegada do início do hemisfério sul.

Este vinha cansado da longa viagem, uma travessia encantada e com os pés no espaço. Suas franjas úmidas nas manhãs quando o dia não tinha acordado balançavam com os ventos frios da encruzilhada entre a direção Sul e Oeste.

A terra no seu giro diária levava o sorriso da chegada. Perdurava sim nas primeiras semanas como se precisasse descansar das suas andanças, do seus tropeços e dos atraso pelo espaço alçados.

Ali estava Ele perto da curva da estrada entre o sul e o oeste que o recebia intenso, seco e iluminado pelo sol.

Dia após dia o estado de cansaço do hemisfério sul ia desaparecendo e com isso Ele passava vagarosamente assentando todos os ingredientes que precisava para alimentar durante seu tempo de outono e dos outros que fariam as suas colheitas. Em todos os lugares e em todas as frestas se esticava, tentando abraçar tudo e todos que ali viviam.

O outono sempre assim foi um pouco do verão no ar que passou antes dele e deixou o seu calor mais ameno, no primeiro mês nos outros a temperatura temperado, ou mais fria.

Um dia Ele estava com uma temperatura quente do verão em outro com o frio do começo do inverno. Se cumprimentaram como amigos que não se viam durante oito meses.

No encontro no abraço uniam suas forças, características e mais que isso transformavam o estado do verão uma estação suave e cheia de esperança, abundâncias outonal.

As árvores com seus grandes galhos se entrelaçavam e se esticavam trocando suas essências cada uma com seu precioso néctar para a natureza perpetuar.

O tempo lento de uma época que tudo era sentido a chegada das estações e as suas despedidas.

As espécies se uniam de acordo o que a estação permitia provocando uma reação fraternal e recíproca entre elas vivas e inanimadas, uma composição que a natureza necessita.

A construção do estado de ser de cada elemento vivo ou matérias naturais inanimadas.

Emoldurando assim o tempo com as histórias que aconteciam com as novas criaturas que nasciam com a chegada das flores das futuras frutas que cobriam as árvores.

Criando enxames que surgiam e preenchiam suas bolsas de mel. Como elas o bando de bem-te-vi , das borboletas e do mel derramado em cada polem de flor.

Cada cor uma flor,

Cada flor uma história.

Haviam também as tempestades para a chuva cair.

Dias molhados, vento m ais frio soprava ….

As águas surgiam fortemente nos rios. O cheiro da terra se renovava e suas criaturas se intensificavam transitando pela terra molhada.

A mudança da terra trazia uma paisagem nova cheia de perfumes das flores e das futuras frutas.

Cada dia a mudança da claridade ia diminuindo no dia, a terra começava se distanciar do sol com a sua translação, o seu giro planetário na galáxia.

A viagem era cheia de pormenores e de detalhes das coisas que existiam, um novo sabor, aromas e novas correntes de águas que deixavam o outono umedecido da terra árida que o verão secou.

A aridez cedia com o passar das águas da chuva a rachadura n a terra que se fazia com olhar desenhos imaginários, mapas do mundo.

O sol escaldante que começava ir dormir mais cedo.

As tardes mornas nos dias de sol ou mais frias nos dias de chuva, traziam um som do tempo que estava no espaço.

O espaço sem fim,

Cheio de história, de memórias e da criação do criador.

O tempo do momento que os sinos tocavam porque o escurecer já se aproximava cheios de mistérios, ilusões, verdades dos pensamentos, arrepios e vibração corporal, abria-se a caixa dos sentimentos, lá vinha uma mágoa, uma tristeza, um susto, uma alegria, o amor e a esperança. Tudo ficava entre o escurecer do dia que cansado pelos movimentos e de todos os seres vivos, se entregava como um presente para a noite festejar.

Para noite as histórias eram como pérolas que aconteciam durante o dia e o silêncio da noite apenas sentia.

Na entrega a noite, o dia se aliviava, sacudia suas costas do peso que carregava.

Precisava-se se reabilitar refazer, se reinventar para receber a noite quando ela ia descansar.

Assim no tempo dos dias e das noites, o pedido se fazia…..

Com a paz pedia,

A Paz no sono,

A Paz No descanso,

A paz No silêncio,

A paz Na solidão,

A Paz Na união dos povos que dormem na direção da casa do universo.

Assim como a paz faz o silêncio da noite, o dia desperta-o para o movimento.

O movimento que antecipa o acontecimento diante dos atos, das ações e das reações que a vida de cada espécie experimenta.

Assim como a vida que carrega o motor molecular do movimento dos elementos, este provoca a luz do universo em nos e entre nós.

Entre cada fração de segundo que separa um do outro.

A luz que divide, separa o material da terra e que ocupa um lugar especial em cada ser vivo.

Cabe o ser vivo com as suas características, as suas intempéries e as suas identificações em que toda matéria se mostra com bilhões de formas, cores força e denominações que multiplica ou divide-a seja para o consumo ou apenas para serventia do tempo.

A matéria processada pela própria natureza como um presente que esta sempre a espera de alguém para dividir, ser útil, compartilhar e se doar.

Os presentes da natureza que respeita as manhãs com o nascer do sol.

Os entardeceres que se transformam em noites doces para todas as crianças que carregam o coração ligado a elas, sem se importar a idade que tem. As faces das historias do outono acumuladas com o passar dos seus dias de manter viva a celula matriz dos seus elementos essências para a manutenção do equilíbrio da Terra.

A luz em cada espécie que representa a presença do tempo e da existência no planeta.

O momento da força que ajuda a vida amparar e acompanhar os seres vivos até a hora do fim da sua jornada.

Assim como o outono que cumpriu o seu trabalho espacial com a1 quarto da terra,dali continuou seguindo seu caminho ancorando o inverno na sua estação para repor suas energias no hemisfério norte . lentamente saiu dali com os seus últimos dias para completar seu tempo esticado sob o manto sagrado do Outono para abastecer o inverno.

O contorno da terra deixou tantas histórias nas franjas do outono, tantas paisagens modificadas pela sua presença e as suas ausências durante longos 8 meses.

Mexeu com a sua consciência o que deixou de fazer, naquele campo imenso de águas, ventos, terra fogo, em cada elemento vivo que o hemisfério sul carrega em seu corpo, senão todas as composições para manter o equilíbrio de tudo que ali existia.

As suas preocupações de atender como deveria ser. Verificava o que faltou, se houve escassez das chuvas, ou muitas enchentes o que priorizou em cada pedaço gigante do continente, das bacias de águas expostas em tantos outros espaços da terra.

O equilíbrio ou desiquilíbrio que prevaleceu tudo registrado nos pensamentos da sua matriz memória.

Enquanto partia empurrado pelos ventos frios, seus olhos grande escuros lagrimejaram, será uma saudade? Pensou com lento motor de partida.

Uma brisa passou pelo seu rosto, e em seu peito, um aperto veio mais profundo dizendo….foi a convivência, cada lugar passa e se estica para receber os seus alimentos, forças da criação quando se vai, deixa saudades,que aos poucos o vento a leva na hora que outras terras se aproximam e começam se esticar como as outras que passaram e saudaram a mãe natureza que ali fica como uma rainha mãe, uma deusa que aprendeu amar que chega e vai embora.

A saudade também é de quem recebeu das mãos da bondade, da essência e parte distribuindo para todos que estão acoplados, juntos e separados,

tudo que pode e que não tem, entregando-se e alívio veio a missão estava cumprida.

Os últimos raios de sol depositados nas terras que passavam esperavam os primeiros ventos do inverno.

Terminam Quando o inverno chegou, a terra mais robusta com o que o outono carregava ela e ficou mais tranquila pela colheita que o inverno ia fazer.

E pensou, o inverno é a massa de frio constante em movimento. Pouco pode se esperar dos alimentos dele plantado. As ondas de frio obedecem aos raios solar que se dele se esconde. Ali o frio se permite assim ser.

Todo envolto aos cobertores pouco tem como se mexer.

Por ora se sente tranquilo se não fosse todo recolhido para as pernas não tremerem de frio. O outono já garantiu a safra do seu tempo e o inverno ali estava entre o espaço da direção norte ao direção leste sentido norte para o leste. Fez alguns círculo das estações cumprindo a sua rota, seu trabalho. Cada uma com o seu tempo e todos estavam uma comprometido com as outras.

O hemisfério sul partiu carregado de sementes, flores, frutos alguns maduro outros ainda verdes, muitas leguminosas, o perfume silvestre, a bolsa de mel das abelhas e tantos outros elementos naturais próprios do Outono que ficou com saudades da paisagem do hemisfério sul.

foi assim que o inverno foi chegando de mansinho se instalando como fez o outono, nas primeiras semanas descansou da viagem para chegar no oeste na casa do outono.

Neste tempo que se ouvia o vento na curva da estrada.

O vento na curva da estrada era o ponto que as estações do ano passavam no mesmo local que tinha este nome antes de chegar nas estações.

O hemisfério sul foi abraçando renovando suas forças repetiu todas as coisas para o inverno que mora na Estação do norte em direção ao Leste que chegou também cansado pelas fortes intempéries que encontrou pelo caminho.

Para atender as necessidades do hemisfério norte, o outono precisou de agasalhos, o frio ainda estava intenso mesmo com o saldo do calor do verão.

Neste período as geleiras deslizam sobre as águas dos oceanos, numa tentativa de se salvarem das impetuosas rajadas dos ventos prometidos pela natureza.

O ar úmido na sua constância se tornou frio pela massa de gelo derretendo silenciosamente próximo as praias da cidade. Um novo olhar o outono experimentou com o Hemisfério sul.

Uma Paisagem derretendo minuciosamente como um sorvete ao sol.

As montanhas geladas parte da terra, o vento gelado encolhiam as pessoas para dentro de suas casas. As cidade litorâneas se escondiam daquela sensação de severo inverno fora do seu tempo.

Uma transgressão disse o outono aos blocos de gelo.. Não posso abrir meu m anto como fiz com o hemisfério sul.

Abriu seus braços feito uma áurea e um círculo luminoso envolveu o hemisfério norte.

Ali esperou o tempo dos blocos de gelo derreterem.

E se manteve como um guardador de história para contar a eternidade.

Se fez áurea, já era um grande feito, uma proteção, na sua jornada era despertar as flores das plantas e delas os frutos surgiram ampliando todas as espécies de insetos, pássaros que se alimentam do seu néctar do mel e tudo aquilo que serve de alimento. Antes disso ele sentiu uma leve brisa no rosto e percebeu que seus olhos escuros estavam lagrimejando novamente a sensação da saudade pulou para dentro do seu coração.

Lembrou de algumas histórias gravadas na sua memória que o hemisfério sul levou consigo depois de ter se abastecido na estação do outono.

Era uma tarde dessas meio cinza , um pouco de azul e uma rosa da despedida do sol.

Ali entre as cores um pequeno vulto passou entre seu manto, algo macio, um a plumagem tocou as suas franjas e entre elas acomodou a plumagem ali ficou sem se mover durante a noite que chegou.

Ali se dispôs a ficar como eremita na caverna.

Outros toques, imagens, ruídos e sons se passaram, alguns perfumes cheiro do orvalho nas franjas do outono.

A noite se foi quando o sol surgiu, a lua desceu para o outro hemisfério.

Havia ainda uma pequena estrela que a acompanhava até os últimos pingos da noite no espaço. Como um raio, o sol despertou a vida brotou e outono acordou e viu uma paisagem em movimento, muitos animais enroscados em suas franjas, ali estavam despertados, animados para buscar seus alimentos. Uma cena chamou atenção do outono, uma avezinha com as asas quebradas, om olhar dolorido e com o bico amassado. Logo ele pensou amassada foi aconchegando a ave em suas mãos.

Dolorida disse baixinho, perdi o ninho como faço então?

O outono era do tamanho do seu hemisfério e avezinha era uma rolinha acidentada. Curvou-se ele um pouquinho para melhor ouvir a rolinha de cor cinza com marrom.

Alguma coisa mexeu dentro do coração manso do outono.

Curar-se para que possa o ninho fazer, ali ficou com ela e com sua força de bondade alimentou com alguns grãos que achou no chão, e do orvalho algumas gotas a fez beber e foi cuidando do ninho fazer, com os cipós as palhas, folhas macias. Ali colocou a rolinha e os dias se passaram, em um amanhecer ela voou. Lembrou da última vez que a viu e ficou feliz que ela voltou a voar.

Outras histórias que ele registrou, participou, anotou e guardou.

Foram tantas tão corriqueiras para uma estação do outono.

Tão natural,

Mais tão especial que nele passa, atento fica para sempre.

O gelo estava demorando para derreter, as águas do oceano geladas seu tempo de espera aumentou, sua essência não poderia ser espalhada, porque outros elementos da natureza não estavam preparados para completar o trabalho da estação eles precisavam ser aquecidos e alimentados pela energia solar.

Apenas aguardando os outros elementos produzirem as suas funções de colaboradores do outono, com a água, o ar mais aquecidos e a luz do sol mais próxima e os ventos amenos. Esse equilíbrio era preciso ficar para que o outono pudesse expandir sua força para o despertar das flores dos futuros frutos dos legumes, das raizes e de todo campo da vegetação que alimenta o seres vivos.

Ainda faltavam mais alguns dias para completar o equilíbrio que daria ao ciclo do despertar a terra não pode esperar seu movimento constante circulatório estava completando.

O outono precisava caminhar mesmo que fosse fora do tempo que a sua estação decretava.

Então pensou, a um minuto que pensar, muito a fazer e avaliar.

Lembrou-se de muitas histórias que por ele passaram, de algumas noites e de alguns dias dos efeitos da sua chegada nos campos na cidade, montanhas, mares, rios e travessias dos animais, dos homens e mulheres, das crianças que nasciam e dos velhos que morriam.

Uma trajetória natural, real que a vida provocava constantemente.

Um movimento incessante. Quase perturbador se não fosse o ciclo natural da existência.

E lembou-se uma vez mais do outono do tempo que se ouvia o vento na curva da estrada.

De quando chovia os telhados molhados, lavados, das goteiras que caiam no chão do barulho da chuva nas madrugadas, uma hora que o pai nosso quer ouvir o que os humanos querem dizer.

Querem saber todos seus próprios segredos , querem ouvir a chuva como palavras, respostas que iluminam suas vidas, seus passos.

Lembrou-se também das canções do anoitecer quando a chuva insistia ir embora ela não queria.

Das loucuras das lagartixas correndo entre as telhas a em busca dos insetos.

Do sino que tocava ao amanhecer, em agradecimento do dia aparecer, das horas acontecer, e dos alimentos nascer,

Seu melhor momento era quando soprava com a ajuda do vento as plantas que se estressavam para flor surgir em seguida o fruto aparecer.

O aroma da vida espalhado, o prazer que sentia eram os momentos iluminados mágicos do outono.

Seu trabalho prosseguia como uma rota que se destina fazer eternamente para os homens do tempo perpetuar na terra

Era assim seu coração que não carregava as dores nem as horas, apenas a doação.

Os blocos de gelo já derretidos nas águas dos oceanos agora, era a hora de plantar-se no hemisfério norte, florescer, crescer e alimentar milhões de espécies viva, se permitindo o acontecer com ajuda de seus colaboradores elementos que faz a natureza.

E ali se espalhou entregando em cada teto cada ninho, montanhas e os campos mil, do minúsculo inseto ao maior bicho selvagem.

Nas águas cristalinas que nascem no topo das montanhas como fonte de luz e que se transforma em águas límpidas e de curas para o desassossego e das intempéries emocionais e da gritaria de uma desilusão.

Assim começou o tempo da estação no hemisfério norte…..

Dos cardumes que passavam como se fossem uma rede de peixes todos iguais todos do mesmo tamanho e cores,

Das tardes das gaivotas fazendo revoadas e montando desenhos nos seus voos com as suas energias de pássaros das águas da terra e do ar.

Assim libertas como as estrelas que caminham a noite com seus eternos segredos.

Historias invisíveis que só o universo conhece. Assim como as flores das campinas se encarregam de florir a vida dos outros viventes.

E das pedras mudas no tempo, mas que se comunicam com o espaço liberto das palavras, dos números, apenas a linguagem universal entre eles.

As pedras ali paradas, discretas nas suas cores opacas registram os séculos, os milênios e todo tempo já consumido pela eternidade.

Assim como os pássaros que não se importam em o dia ,o mês e ano é, estão ali soltos para seguir a natureza com seus cantos, as suas asas que descansam no ar.

Nas alturas no voo que vem sempre das montanhas, dos ares conhecidos e desconhecidos que os ventos trazem, as vezes sem jeito na direção do norte aonde as essências dos seus humanos passam do espaço para a terra para caminhar no seu tempo.

E depois deste seu tempo seguem para a direção sul partindo para outra dimensão que não é mais do tempo, mas do espaço sem fim.

O tempo que nasce todos os dias, horas e fracções de segundos nas sementes das plantas, das rolinhas marrons e cinza se espalham em baixo voo, o tempo começa ali na direção leste, na nascente do Sol.

Aonde nasce com sua energia descomunal, devorador como fonte de beleza infinita do Amor.

O estrondoso gigante que faz suas manobras mobilizando uma galáxia inteira feita do caos e que tudo nela é força que ilumina tudo e todos.

Ali está ele gigante indestrutível e manso, que para descansar seus miolos, as suas forças precisa ele equilibrar a rotação dos seus astros, planetas, estrelas e todos os resíduos que foram ou ainda ou não ainda iluminados.

Assim este espetáculo eterno parte na direção oeste como descanso fosse.

Seu percurso diário para com a terra para com o tempo que se perdeu no tempo.

Sua Luz que permanece nas estações da Vida , da Existência deixa brotar a sua obsoleta prova que Ele é maior e manso de Coração.

Algo passou em frente do Outono enquanto ele refletia sobre isso. E se deixou ser levado pela sensação, um devaneio, uma emoção..

Os flocos de Luz que despertam em nós é senão sua presença através da Inteligência maior.

Do espetáculo que se mostra nas despedidas dos dias para que seus olhos de fogo possa enxergar nas noites não dormidas, e dos dias escuro da Humanidade.

Assim são todos os seus dias e noites com o cuidado para que haja uma ordenança na casa que emprestou para todas as espécies vegetal, animal, mineral e humana. Sobre todas as coisas que se estreitam e se alargam sobre a crosta terrestre.

O clima frio e as chuvas e o calor do sol que o outono precisa para temperar os seus elementos.

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