Mantenho a vida com a saúde de quem está sempre doente.
Tenho vontade que a velhice chega logo,
parece até que estou despedindo de mim mesma.
Sou apenas um trapo que seguramente foi feito durante os passados que iniciaram a minha vida nesta existência.
É tudo muito louco!
Dentro de mim há promessas de buscas para viver um pouco mais, mais há promessas que não se cumpre.
Não se faz do dia pra noite, então a caminhada se torna pesada e sinceramente uma solidão de ser que não depura mais as coisas que se vive, apenas vive, sem saber mais o que viver.
As vezes se interrompe os sonhos, as vezes os sonhos que nos interrompe.
Sou grata ao esforço de todas as pessoas que me ensinam viver.
Viver o que?
O que é a vida?
Senão atender o que ela quer que eu viva, é isto as verdades da vida?
Há uma secura das minhas palavras porque elas já me disseram apanha mais um pouco, você sempre apanhou pra viver um pouco mais.
Não tenho mais necessidades que não sejam dos outros, as minhas nunca consegui satisfazê-las, não porque sou arrogante ao ponto de dizer a mim mesma, não sei o que faço ou deixo de fazer.
São pingos de vida que se estica dentro de mim para poder fora de mim ficar.
O esforço se afunila, e engole o pouco de alegria que abastece o tempo.
O tempo está correndo e eu cada dia que passa estou ficando para o tempo que já vivi, e não aquele que deveria estar vivendo.
Minha saúde não é de ferro, mais mantém o tempo entre frestas apagadas para o futuro.
Sei o quanto Deus está presente.
Mas as reviravoltas trazem só compromissos, deveres, um trabalho árduo que nunca termina a vida.
A vida como um balanço na rede pra dormir e ali ficar com os sonhos sonhados e não realizados.
Me sinto derrotada na vida.
Ela é o que sou certamente.
Mas nunca libertei o meu viver,
Nunca fiquei feliz plenamente.
Me sinto irresponsável pela minha existência, acho que ela esperava mais de mim.
Coitada da minha inocência,
ela sempre esteve presente e eu nem sei como ela está de uns tempos pra cá.
Nem sei se ela ainda resiste como a minha espada preferida.
Nem sei porque desta passagem árdua e sem fim.
Perdi o encantamento sobre a terra,
então me perdi na minha inocência.
Estou apta para não deixar morrer os meus órgãos vitais.
Mais ainda minha consciência é o chicote que deixa marcas nas minhas costas constantemente.
A minha consciência sempre foi o meu amparo, minha força e o meu viver, foi então.
Ela está mesclada de tantas outras consciências que se deparam com a minha e dizem o que falta, tem demais, sobre os resíduos de Consciências e mais consciências que de outras ainda maiores e mais evoluídas, que dizem faça assim, olha assim, fica atenta assim…as consciências se cruzam e vem um alivio de que a vida passa ser assim mesmo, e se renova algo não sei se é fé, ou esperança, não sei. Só sei que sinto que são apenas passos que dou sem saber aonde vou.
Nunca sei, mesmo sendo obediente pra poder continuar com a vida em mim.
O tempo presente eu mesma reservei pra vivê-lo ameno.
Mas um furacão se tornou.
Estava imerso sobre as águas mansas, dos rios…de muitos rios conforme os anos vividos, agora na velhice a união deste rios se uniram pra desembocar no oceano mentindo que estava calmo, as palavras diziam assim pra mim.
De repente algo moveu as águas e elas mostraram as verdades escondidas e não aceitadas do furacão.
As vezes me sinto assim, jogada nas águas como se eu não tivesse a condição humana.
Apenas queria eu estar num lago do lado de fora…
Há uma linha que se estica, nela estão os acontecimentos frívolos, e sem graça.
Sem graça porque os sentidos não tem sentidos.
E as consciências evoluídas dizem, não é assim, é assim, fica atenta, faça isso, aquilo também se conseguir.
A minha consciência diz pra mim, obrigada por ser obediente.
Ela se dobra pra ver de cima para baixo de baixo para cima…e a vida continua…
então a dor começa ameaçar a consciência e dizer pra que tanto ser observadora, estar acessa o tempo todo, até o fogo que ilumina se apaga…para o descanso acontecer,
Até a água passa e não volta mais para atrás.
Porque os humanos que querem ser humanos apenas precisam não ser humanos também, penso eu então?
Porque os vínculos que a eternidade são tão fiéis?
Imutáveis, estes vínculos que cada um carrega.
E que está em todos, num só…
Possa eu dizer da minha unidade mas não da minha individualidade, esta nunca foi solitária, ela está composta dos fragmentos da existência coletiva, muito menos posso dizer que tenho uma identidade única e exclusiva, esta vem do emaranhado de consciências e mais consciências que se tornaram absolutas e produziram a formação da minha identidade.
Tudo isso não são coincidências, mas formação que o destino de cada um estimula viver o que recebeu.
Aonde está então o que se vive, e porque vive da forma que a vida se impõem, penso assim!
Ela se impõem sim, diante das consciências soltas que se cruzam nas linhas que a eternidade protege a vida.
Ainda assim dá pra sentir uma gota de suavidade que a minha essência deixa escapar, então percebo ali a minha identidade extraída da essência coletiva.
Por isso o DNA, o fragmento vivo ou morto está ele em mim, e em cada existência que acontece…
Desembrulhar o pacote da existência toma conta de que há barulho demais para ouvir.
Há a multiplicidade dos sentimentos, das coragens que não se tem, mas que delas preciso para seguir em frente…