O SANGUE É SER O HUMANO

por Irene Zanetti

O vitral esconde a pele…

O murmúrio esconde a alma,

A visão esconde a essência…

O sangue é o Humano.

A relva pisada pelos humanos,

Cobre seu rosto na madrugada.

O templo da noite e do dia,

Do templo que não congela nada.

Rosto coberto de ternura outrora,

De rudez e mesquinhez agora…

O choro que ainda não veio,

As histórias que ainda não sentiu.

Vem o sangue primeiro derrama a sua confusa ira…

Vem debaixo da noite que o dia não acendeu.

Não há enganos diante do sol,

Só a surdez ouve o ronco do desgosto.

Descongela a altivez primeiro como a busca doa o acontecido.

Com a alma espalhada na terra, quebrando o silêncio não dito.

Diga tudo pela ordem do coração,

Faça-o pulsar para balbuciar o próprio templo.

Não há sopro mais doce, antes o preciso soluço.

Queria mandar no próprio brilho,

Queria sofrer por engano,

Mas é esta dor que não sabe dizer aonde está.

Maior é a preguiça de vasculhar até reaprender ser feliz.

Então entre botões das máquinas todas….

Nenhuma é tão vazia e cheia de tristeza pela verdade não conhecida.

Melhor seria o sangue espalhado em instantes de negritude lucidez,

Melhor ainda isso acontecer saber recolher o rastro derramado.

Vem o caminho como uma Luz,

Mas é parda!

Não é inalante para os pulmões saciá-la,

É confusa com a dura verdade e delirante quando pensa que encontra uma saída.

É dura a realidade do não saber viver…

É dura a verdade do não se encontrar,

Como cidadão,

Como humano que é,

Não sabe o sangue em que veia corre…

Se na pele escura ou clara,

Se na velhice ou na infância.

Não sabe ele se há verdade ou há maldade,

O que sabe fazer é percorrer e não cansar.

Sem pressa de quem o recebe sem a preguiça de quem o tem.

Assim percorre seu destino fazendo o meu o teu também…

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