Quando o grito chegou entre os bombardeios,
alguém disse baixinho será que alguém conseguiu sair vivo?
As vidraças estavam todas estouradas, estraçalhadas.
O vento do norte vinha cortando o espaço da cidade atacada.
Era o espaço que neste momento precisava um pouco de calor,
do manso do mar…
Ali a população escondida atrás das janelas e portas fechada das suas casas,
rezavam pedindo o cessar fogo que eram soltos como se fossem fogos de artifícios.
Desnorteado o vento não sabia para aonde ir,
para que rumo tomar…e lembrou-se que a igreja estava próxima…
até ela foi parar,
ali encontrou o sino…e abraçou-o como se fosse amigo seu.
No balanço do vento o abraço soou o som das batidas do coração do sino.
Eram tantas que estonteado o vento sacudia e quanto mais sacudia o sino batia.
Toda cidade ouvindo o sino bater entre outros barulhos que as bombas explodiam.
Eram tantas que as janelas também batiam,
o menino do lado do seu avô pergunta o que está acontecendo?
Os olhos miúdos do avô deixou escorrer como um pote de água,
dizendo ao mesmo tempo,
-é a guerra que chegou antes do seu tempo….
