a semana prepara o viver,
e o viver prepara as nossas relações, compromissos, alegrias, teorias e muito amor.
Fizestes uma túnica pra mim,
Deixastes que meu rosto se cobrisse de medo.
Foi embora o vento que me empurrava para dentro de mim mesma.
Sozinha desci o rio das águas doces, tão doces que os peixes eram muitos…
Olhei o tempo de lá de trás, e vi uma história mal contada,
os homens se vestiam de branco para purificar-se.
Eram os deuses dos caixões mal acabados.
Havia respiros de grande valia para a vida que não queria ir embora, antes mesmo das portas se fecharem.
Dormiu o tempo da solidão que não gostava de ficar só,
eram sempre as mesmas horas que o novo tempo chegava, e nada mais se tinha o que dizer sobre a vida que passava.
Foi assim a despedida de um ser que nunca viu o próprio sorriso, e nem buscou amansar seu coração feito valente porque era selvagem.
Assim se conheceu não mais aprendeu ser outra pessoa além de selvagem.
Trouxe nos ombros as histórias dos passados longínquos, e sem saber porque veio, veio trazendo as rendas feitas pelo vento dos tempos antigos.
As rendas rendadas como teias das aranhas mansas e das desvairadas por que ambas se fazem viver para a eternidade.
Assim desejou ser durante a vida que lhe trouxe saúde e a majestosa memória que nunca morre.
Deitada depois de tantos desafios enfrenta a umidade do banho frio pelo corpo que pouco existe.
O banho que a faz lembrar que o tem como segundo plano do seu viver.
Então a túnica se afastou para longe do labirinto da realidade e a fez desejar uma escravidão imaginária.
Fostes assim até que o vento virou de costas e se afastou para que ninguém visse o seu rosto.
Vomitou um pouco do pó que segurou em seus pulmões enormes, de tão grandes sacudiu as montanhas feitas de pedras.
Lá se foi o cérebro recheado e turbinado dos ventos que não querem se conhecer, apenas são amistosos e também um pouco educados nas travessias do corpo com o seu ser.
Não muito longe seguiu caminhos que já foram percorridos durante as civilizações nunca esquecidas antes de cada sono.
Todas as vezes a nuvem das paisagens e dos rostos plenamente presente e vivos ali estão, como guardas de cada tempo e registro do sentir entre os tempos que se passaram e o presente.
Dormindo assim com os pés fincados na cobertura do manto que fora feito pelo imaginário Homem de Deus.
Sacode a sacola que moldurada como um fenômeno ou apenas uma pequena faísca para manter um coração que pulsa sem saber porque.
Assim assumiu o manto, feito de retalhos quadrados, com flores brancas e azuis,
assim surgiram os cordões que foram abotoando as partes cortadas pela lâmina que se fazia os cortes.
Deixados sobre as pedras, como carimbos do sol, as ramagens se espalhavam sobre a grama enfeitada com as minúsculas flores lilás.
Eram tantas que o manto se viu todo vestido delas.
Ali naquele tempo que o sol não tinha em redor a poeira dos homens, apenas quem se perdeu na selvageria que se fez imortal.
Dali se passou um abismo entre as pétalas deixadas sobre o brilho das estrelas, e ali adormeceram na eternidade.
Assim se fez a memória de quem vestiu a túnica deixada sobre a cama vazia.
Ali a túnica tomou o corpo de quem a vestiu e nunca mais se desvencilhou dela.
Outros tempos, outras histórias miúdas e profundas todas elas, com a maior forma de aprender a saber amar.
Um canto que os gregorianos se passaram como seres que moram entre os céu e a Terra.
Assim se vestiu o corpo que despertou para vestir o manto de todos os tempos.