I
e os pensamentos, o sentir, a imaginação, a percepção florescem…
INSPIRAR O AR É Quando trazemos o espaço para dentro de nós.
E EXPIRAR é quando sopramos a terra que somos…
A respiração a máquina que nos faz manter vivos…
e a comunhão do ser humano com o espaço sem fim…
è a fração do tempo sagrado em nós.
II
As vezes olho a distancia do horizonte…
e penso o que vejo além dos meus olhos?
III
As vezes deixo minhas mãos nuas das coisas…
seus traçados se aprofundam,
e se tornam tão limpas!
IV
Carrego um sorriso que fica mais escondido do que visto,
nele está todo o meu SER.
V
A maior cegueira não está na visão dos olhos,
mas na negação da consciência.
VI
Neste dia e nesta noite agradecemos com amor.
VII
As vezes vejo os pássaros que voam tão desprendidos,
e pergunto para o meu coração vamos fazer o mesmo?
VIII
O coração tem uma linguagem profunda…
tão profunda que as vezes penso que ele fugiu de mim…
IX
As raras vezes que vejo borboletas majestosas como de outrora,
me emociono…elas trazem o registro de muitas lembranças.
X
Quando escuto um galo cantar logo digo,
minha infância amadureceu…
XI
Certa vez fiz um passeio numa canoa,
ela deslizava como se fosse uma folha seca,
sem rumo nas águas do rio.
XII
Um beijo sondou meu coração,
nunca mais ele se aquietou…
XIII
As tardes sem sol não eram tristes,
apenas as paredes eram frias e cálidas…
XIV
Há tempos que percebo que os meus cabelos ficaram brancos,
são milhares mostrando que eu envelheci…
XV
Numa tarde andei entre muitos girassóis,
ainda hoje reconheço os momentos mágicos que foram…
XVI
Certa vez o caminho da escola ficou longo,
houve uma curva nele,
compreendi que eu tinha ficado adulta…
XVII
Noite vazia do sol,
pensava eu antes de dormir,
XVII
certa noite apareceu uma estrela no quarto,
nunca mais saiu dali…
XVIII
A prata um mineral que foi feito pela natureza antes do ouro.
Pensei assim quando vi uma pulseira,
IXX
O ouro carrega a nobreza da cor da luz…
XX
Gosto de ouvir com o olhar,
XXI
Um dia minha vó disse,
Décadas se passaram e meus olhos me disseram,
é a sua percepção.
XXII
Quando olho para as flores sinto um choro dentro de mim,
elas abrem a idade da infância longa e distante.
XXIII
Um sabiá cantou baixinho um dia,
havia uma ronquidão na sua voz,
antes de cair no chão e dormir para sempre,
ele cantou, pensei!
XXIV
Gosto de falar das borboletas,
são tão frágeis e belas…
cá comigo, digo elas precisam de proteção.
XXV
Um beija flor apareceu na janela da sacada,
beijou as violetas,
não satisfeito visitou as margaridas..
XXVI
De longe sempre avistava uma árvore,
os meses passavam e ela mudava de cor,.
pensava assim quem a enfeitou?
XXVII
As nuvens escuras estavam soltas no céu, pensei…
pois vinham correndo para derramar as suas águas…
e as enxurradas aconteciam.
XXVIII
O meu coração sempre foi conhecido pela minha consciência.
Devoto, ele guardou os momentos belos e puros.
XXIX
As tardes mornas sempre estão disponíveis, são o retorno nas moradas,
que a página da noite não virou.
XXX
De tempo em tempo minha audição foi se expandindo,
comecei ouvir com maior clareza o som de tudo,
percebi que isso aconteceu quando me concentrei mais.
XXXI
Entre o dia e a noite, a hora da púrpura
Tenho a sensação que o sol precisa do descanso.
E eu de paz!
XXXII
Havia um passarinho nas manhãs do verão…
Ele cantava com os pulmões cheios de ar…
Lembro que ele tinha uma deficiência num dos pés, mas voava suavemente.
XXXIII
O limoeiro azedo,
ficava atrás da janela da cozinha,
Sempre carregado de flor, de fruto…
Era só abrir a janela…
XXXIV
Como sombras da noite,
muitas lembranças abraçam o passado no presente,
lembranças da vida que passou, presente.
XXXV
As horas tardias dos verões saudosos
Havia as histórias clássicas da infância,
Escuto minha memória relatar ainda.
XXXVI
Havia sempre um olhar perdido sobre a devastação dos acontecimentos,
percebia o quanto machucava a poesia da vida.
XXXVII
Tardes sem fim,
manhãs ardentes…
eu sempre as amei!
XXXVIII
Corria entre o cafezal alto e cheio de flores brancas,
Era preciso amanhecer feliz…
XXXIV
As estradas que quebravam os pedaços da terra,
XXXV
caminhos que tinham tantas historias minúsculas,
as formigas,
a plantinha com a pequena flor lilás…
XXXX
Tantas histórias feitas com a pureza da infância…
Dão á mim saúde e alegrias na velhice..
XXXXI
Certo dia um bando de borboletas passou na minha frente,
Elas tinham cores lindas,
faziam um zig zag no ar…
XXXXII
A planície dos campos eram bordadas com as linhas das folhas, das flores, no silêncio eu ouvia o barulho que elas faziam quando o vento passava.
XXXXIII
Deitado o sol ao meio dia caprichava com o seu calor,
Eu achava que ele cochilava,
nesta hora…
XXXXIV
As vezes o vento chegava de mansinho,
suave parecia que ele não queria entrar nos meus pensamentos..
XXXXV
Assistia a vida através de uma vidraça, quando meu corpo adoecia…
XXXXVI
As palmeiras balançavam tanto com o vento desorientado,
que as folhas ficavam rebeldes e trançadas.
XXXXVII
Eram nas madrugadas que o galo cantava,
meia noite, uma hora da manhã que começava…o novo dia, pra ele.
XXXXVIII
Lembro sempre dos trigais,
quando a chuva vinha eles dançavam como bailarinas no ritmo da música.
XXXXVIL
lembro- me da paineira, grande esplendorosa.
XXXXVIL
Suas bagas cheias de algodão.
O algodão da paineira na primavera ficavam soltos no espaço,
aos poucos desciam no chão.
Será que a umidade do espaço deixava-os pesados?
50
As andorinhas chegavam como princesas,
eram o tempo delas passar a temporada,
casalavam e partiam para outro destino.
51
Um dia de sol escaldante,
meu avó chegou com a mala na mão…
meu coração explodiu de amor.
52
Os olhos miúdos da longa idade,
deixa a visão mais aguçada,
permitindo o coração falar.
53
A velha senhora dizia…
Venho do tempo feito com a brasa do sol,
da delicadeza das estrelas noturnas,
feita da massa bruta da Terra!
55
Primeiro corro nos braços do vento,
depois vou para os braços do espaço…
adormeço.
56
Nem sempre a vida é difícil,
mas sempre ela é bonita.
57
Quando penso nas dificuldades do viver,
fujo um pouquinho do tempo,
rezo e me entrego furiosamente…mansamente.
58
Tenho deixado os rastros da vida descalço,
mesmo no cimento das ruas e das calçadas,
gosto mesmo é da terra batida.
59
Adormeço assim com o paladar de que fiz o que pude,
ainda assim vem um gostinho de quem ainda tem que cumprir o que vem pela frente.
60
Cada folego que dou é um ponto a mais que ganho da vida.
61
A vida esta incontrolável senhora do destino que cada um carrega,
ela faz a nossa transformação constante.
62
As vezes sinto uma preguiça quando há uma mentira no desvio do olhar…
63
A verdade é feita dos pedaços que aprendemos e colocamos em ação o que somos.
64
Pedaços de mim, de você, do outro…
65
As vezes o vento bate na janela e o cochilo delicioso desperta…
66
Os tempos do espaço na Terra não são vistos,
mas são percebidos…penso assim.
67
Quando agradecemos há uma claridade nas incertezas tornando-se em certezas.
68
A boneca de pano tinha uma trança de lã como cabelos ,
E eu sorria sempre quando a tinha nos braços.
69
Os mistérios da saudade são como os lenços que enxugam as lágrimas,
as vezes coloridos e cheios de alegrias, as vezes neutros mostrando a dor sentida.
70
Na curva do passado a terra era solta,
a poeira feita de pensamentos, ideias trazia lembranças quebradas pelo silêncio da vida.
71
A fé sempre foi a esperança viva para nós humanos,
É ela que desperta a consciência durante a jornada da nossa vida.
72
Longe do passado visto um avental para plantar flores…
73
A lua retorna depois de cada ciclo,
as vezes amena, brilhante, risonha e miúda…
74
A crença de cada um enobrece as atitudes, as relações vivas e esquecidas…
75
A temperatura de cada sentimento é o que importa para o saber viver com amor e respeito entre os humanos e a adversidade existencial.
76
Das doces maçãs sempre se encontra o carinho que move as montanhas e as maiores distância entre as pessoas.
77
O movimento circular do tempo carrega a carga do que sonhamos e realizamos.
78
Agradecemos o amor
O amor que vem das camadas do sol que despeja sobre os Homens e de todas as espécies.
79
O compromisso do humano é aprender reconhecer o saber sobre o amor.
80
Passamos pelas viagens das estações do ano,
em cada uma a natureza renova nosso corpo, saúde e consequentemente as nossas relações com a vida.
81
Como os lírios brancos esticados nas estradas,
nós temos os pensamentos que se esticam nos sonhos e na realidade.
83
O silêncio engana os olhos,
Mas não consegue enganar os sentimentos…
84
As paredes dos ventos são como linhas que não tem fim…
apenas os nós na distância das suas passagens.
85
Cada dia evapora no tempo…
Dias difíceis,
comungam com a realidade de cada um,
na luta diária,
na batalha noturna…
86
Os pés que caminham descalços do desprendimento são iluminados pela luz.
A luz que faz o encontro da consciência e da verdade de nós mesmo.
87
São as batalhas diárias,
São os fatos comuns que enobrece as nossas ações,
São as ações com a intenção verdadeira que abastece a alma…
88
Caminhos que se confundem,
que eternizam as histórias,
que sondam com cuidado para o tempo não acabar.