Fecho os olhos, nada vejo senão as imagens que nascem dos pensamentos.
São tantas que se formam em páginas de um livro.
Penso e procuro saber da onde elas veem,
elas se calam e desaprecem.
Também me calo feito uma boba querendo imitá-las,
mas elas reaparecem como folhas soltas, inteiras e passam com tantas rapidez que não consigo acompanhá-las.
Tento abrir os olhos algumas delas se transportam para o lado de fora dos meus pensamentos.
Fico assutada apenas, aos poucos elas voltam se assentar nos pensamentos.
Não há palavras ditas nem da minha parte e nem da delas, apenas, o sentir se retrata como parceiras destes momentos.
Então vem em mim a força do saber querer saber mais, além das imagens aleatórias e apressadas.
Peço um pouco de tempo pra mim mesma e a mesma, diz, não usa a razão, se usar elas desaparecerão.
Novamente os olhos se fecham querendo descansar as pálpebras, respiro fundo como se quisesse dizer enfim o sono veio, mas com ele as imagens retornam como se não tivessem saído dos pensamentos.
Percebo a minha ingenuidade, e as tomo como seres vivos que me compreende e que ali estão não como os ventos, mais como retratos tirados sem datas e sem a intenção de identificar-se como imagens vivas.
O corpo pede que tudo fica ameno.
Percebo então que os pensamentos gostam dos silêncios e das madrugadas com insônia.
Eles encontram espaço, encontram a cabeça cansada sem vontade de contrariar nada e nem ninguém. Se movimentam como se quisessem brincar entre elas, na verdade brincam com a linguagem muda e cálida, mencionando que são memórias, são passagens de outrora, passados do tempo, com o tempo já vencido, outros tipos de tempos como o remoto, o presente, o antigo.
Então tudo fica no declínio dos pensamentos e do sentir…até que o sono abastece o corpo demasiadamente cansado e deitado querendo ficar.
Irene em 19/092023.