IMAGENS SOLTAS

por Irene Zanetti

Fecho os olhos, nada vejo senão as imagens que nascem dos pensamentos.

São tantas que se formam em páginas de um livro.

Penso e procuro saber da onde elas veem,

elas se calam e desaprecem.

Também me calo feito uma boba querendo imitá-las,

mas elas reaparecem como folhas soltas, inteiras e passam com tantas rapidez que não consigo acompanhá-las.

Tento abrir os olhos algumas delas se transportam para o lado de fora dos meus pensamentos.

Fico assutada apenas, aos poucos elas voltam se assentar nos pensamentos.

Não há palavras ditas nem da minha parte e nem da delas, apenas, o sentir se retrata como parceiras destes momentos.

Então vem em mim a força do saber querer saber mais, além das imagens aleatórias e apressadas.

Peço um pouco de tempo pra mim mesma e a mesma, diz, não usa a razão, se usar elas desaparecerão.

Novamente os olhos se fecham querendo descansar as pálpebras, respiro fundo como se quisesse dizer enfim o sono veio, mas com ele as imagens retornam como se não tivessem saído dos pensamentos.

Percebo a minha ingenuidade, e as tomo como seres vivos que me compreende e que ali estão não como os ventos, mais como retratos tirados sem datas e sem a intenção de identificar-se como imagens vivas.

O corpo pede que tudo fica ameno.

Percebo então que os pensamentos gostam dos silêncios e das madrugadas com insônia.

Eles encontram espaço, encontram a cabeça cansada sem vontade de contrariar nada e nem ninguém. Se movimentam como se quisessem brincar entre elas, na verdade brincam com a linguagem muda e cálida, mencionando que são memórias, são passagens de outrora, passados do tempo, com o tempo já vencido, outros tipos de tempos como o remoto, o presente, o antigo.

Então tudo fica no declínio dos pensamentos e do sentir…até que o sono abastece o corpo demasiadamente cansado e deitado querendo ficar.

Irene em 19/092023.

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