DIVERSOS PENSAMENTOS -2

por Irene Zanetti

Certa vez um vagão passou solitário…

Fechou os trilhos,

Assustada a esperança ficou consigo mesma.

O espantalho das almas,

No deserto do amor ausente…está na vida,

Com o seu olhar sem cor.

Carregando o coração nos braços,

Com os pés descalços e nobres mãos.

Lança um olhar infinito que conheceu.

Como o vento trouxe nas fontes da vida,

No mesmo berço…

Encontradas ali,

Já eram antigas e conhecidas…

As crianças renasceram.

Dupla história da mesma união,

Gerou a mistura e a divisão,

Assim tornou-se inteiro…

Passados dias difíceis de tristeza quase morreu,

Solitária,

Vagarosas flores ela colheu…

Como soldado se faz forte,

Dilacerado do cansaço…

Tomba seu corpo para o sono chegar.

Assim esquadrilhando o chão que passa,

Inteira na ingenuidade de viver…

Carrega a armadura,

A guerreira da vida…

Nem tão só assim,

Seus lenços abraça

Traz o vento consigo no rosto…

E o andar de quem partiu…

Senhora, senhorita,

De beleza as flores envaidece,

Planta em sua volta as suas rosas.

Torna-se metade rosa metade mulher.

Esquisito quem nunca adoeceu,

Pelo jeito de feio ser.

O que fez sem carregar,

Sem fazer o que não carregou…

A prisão não suporta a alma,

Mas a ilusão traz uma desavença na tristeza,

Liberta carregando seu avental,

Sem flores e o lápis para pintá-las…

Move os ventos e seu sorriso reaparece.

Já passada a juventude,

Estirada no corpo maduro,

Caminha no canto,

Saboreia já a primeira vitória.

Enfeitada revela sua essência,

No vasto caminho das histórias…

Surpreende-se quando a vista,

Uma alegria encontrada no passado.

As tristezas que chegam de repente,

Sem avisar o paladar da maçã…

Mas traz uma sensação de já ter vivido este,

Esconde o rosto do riso fácil,

Entre vestimentas longas e bordadas,

Saboreia a estrada esticada nas flores despidas de azul.

O aroma dos sentimentos guardados,

Como ícone da própria vida que segue,

Alimenta a alma perdida.

O raio do sol penetra no corpo suado.

Espanta o calor adoecido febril,

Vem do fundo da terra a memória,

A ilusão de quem quer só amar.

Caminha entre as dunas da vida,

Ora deixando-se levar por ela…

Como dois pinceis que se encontram,

Retratando as faces ocultas e presentes,

Num só corpo…

A travessia do ser entre o céu e a terra,

Se nomeia entre as forças da vida humana.

O universo do ser,

Na escalda da vida se torna transcendente…

Humano nos passos que dá,

Em cada uma nova etapa uma nova evolução.

Espantando o ser,

na exposição do sol,

revela a força,

a determinação que o humano precisa conhecer.

Sacudindo o seu mundo,

Quebrando as barreiras que encontra….

Avança e cada caminho percorrido será sempre um aprender…

A doçura do olhar infinito,

Percorre na direção do amanhecer,

Enobrece seus sonhos,

E traz para sua realidade a vida que quer conhecer.

Caminhando entre as lanternas da noite,

Busca no seu interior uma nova morada para os seus olhos.

Na busca carente pela paz,

Encontra as razões para viver…

Pelo caminho passeia, como

Uma sombra da existência antiga.

As mesmas flores já não tem a mesma idade…

Caminhos perplexos,

Sem as dobras do passado…

Apenas um passeio é preciso viver.

Despojado no tempo,

Liberto…caminha para o seu lado de dentro…

Senta que a saudades já não existe mais.

Severa com o presente,

Busca na saudade do seu existir…e liberta-se do egoísmo.

Carrega a Pedra da vida nas mãos,

Na solidão do sono,

Nada a faz perceber que carrega um tesouro…

Nos passeios da noite antiga,

Uma história de amor surge louca,

Apenas o riso do adeus chega tarde.

Nos passeios descansa da tarde,

O sol ainda brilha…

No coração humano.

Embaixo do sol,

O viajante da Luz ilumina na noite…

Entre o perfume,

os florais dos dias…

guarda na memória o perfume da vida.

Entre o perfume e a Luz a existência torna-se memória.

A simplicidade de existir basta o renascer

Em cada dia…

Caminhante com passos lentos,

Dados faz sua história…

Seus campos desenhados do tempo.

A soberba passagem,

Transforma o bem querer na distância…

Flauta sobre a Terra,

Cor da soberba implora para os fios mantê-la

Entre passos no deserto,

Plantada foi o amor,

As sementes se transformaram em flores.

Errante urbano és,

Sofre da desilusão,

Caminha sozinha pela união.

Como ave do deserto,

Abre o peito para sentir a dor de todos…

Voa com o canto da vida.

Devastada pela dor de todos,

Segue o rumo do deserto da vida…segue.

As regras da massificação,

A dureza da independência,

E a falta da expressão.

Entre o sabor da transcendência e a dura postura…

Esconde a alma.

O tempo presente,

Fértil na difícil tarefa de viver…

Na busca do desprendimento,

O cotidiano é o melhor ensinamento…

Semelhante as uvas, as ervas …

Que docilmente se deixam ser levadas das suas horas….

Carregada de flores,

Ensaia voar entre elas…

Com os pensamentos…os sentimentos.

Frases feitas em 09/09/2018

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