Em cada coração que ali batia, batia sem perceber, querer e receosamente, sem o cuidado de saber se o seu coração batia e porque ali ele estava.
Os olhos cheios de vida de horrores, e de amores, assim circulavam, subiam e desciam como se fossem apenas formigas que levam os pedaços de folhas para debaixo da terra.
Cada um com a sua forma de ser, de aparecer querer ser igual o outro, na vestimenta, nos adereços, nos corte de cabelos, das unhas pintadas, ordenadas, coloridas desafiando a beleza de outras mãos esticadas, agarradas e sutilmente atrevidas.
Gostaria de escrever sobre os olhos de vidros.
Eles vieram dentro de mim como se fossem verdadeiros patrimônios de mim mesmo.
Como se fosse tomado conta dos meus sentidos, das minhas sensações, invadindo o que mais eu sou, sem o eu de mim.
Sem a causa de de ter-me tido como parte do mim, no Eu.
Assim me sinto muitas vezes, separada de mim como se fosse um ser apenas, a presença da essência e não da essência da minha presença física.
O corpo que molda o viver na vida das semelhanças, das diferenças, dos descuidos da diversidade.
Aquele Eu que nunca foi tocado, apenas toca, como se fosse sempre a primeira vez, e cada vez ele traz muitas imagens , que ficam folheando e mostrando que cada uma tem história e estas não se negam a mostrar pedacinhos que aparecem nítidos, definindo a expressão da minha presença em outro território conhecido, mas sem o tempo decifrado.
A presença das curtas aparições e com tanta transparência que o coração se acalma para vê-las em câmara lenta.
São rápidas como as rapinas que voam sem deixar os rastros das suas asas, são conhecidas como se fossem experiências vividas intensamente, porque cada uma mexe com o meu coração molhado de sangue vivo, e com o registro dos meus olhos de vidro.
Não há tempo de descrever cada paisagem, cada uma traz uma mensagem de curta duração, ainda assim percebo que são eternas.
Percebo que Eu já vivi juntos as fracções de segundo e estes se tornaram eternos.
Folhas molhadas parecem ser.
Todas elas se soltam de algum fio que não vejo mais que pairam diante dos meus olhos de vidro, da minha placa de absorvição das imagens que perpetuaram nos momentos mais sublimes vividos.
Em que tempo?
Que lugares?
Quantas eram as outras imagens antes destas que se apresentam e daquelas que passaram depois destas?
As imagens de alguns períodos se fazem necessariamente mostrar,
o meu envolvimento pelas sensações que meu corpo corresponde á elas.
Como se eu estivesse visitando-as de novo e quando quero mais saber sobre algo delas, outras já aparecem no lugar daquelas que me visitaram.
Será mesmo que elas me vistaram?
Ou sou Eu que as visitei-a?
O que importa?
São elas e Eu na dimensão da união dos tempos que o espaço se encarrega de unir, para todos aqueles que gostariam de ficar brincando entre as nuvens, nas doces águas dos rios, nunca no mar raivoso, nem na descia das montanhas que as pedras se desprendem como chuva dolorida.
As pedras que doem, machucam o coração molhado ainda de água,
quando se torna coração em sangue a vida adulta começa um novo ciclo,
o ciclo de ter consciência das experiências e vividas e não vividas todas elas juntas e separadas.
Os olhos de vidro continua tomando a água descendente da mina que vai para o mar, e o mar se espalha, não quer a identidade das águas doce e fluviais, elas se mantém salgadas para que ninguém possa brincar nelas, e manter a sua identidade única e eterna na Terra.
As vezes, quando escutava o canto do mar nas noites de insônia, percebia que o mar perdia o seu ar de arrogância, e trazia um canto que o sono gostava fazendo o corpo adormecer.
Assim as imagens retornam como companhia de um estado semi humano, nem acordado está o corpo, nem o corpo está dormindo.
Quando isso acontece surgem outras imagens mais reais, aquelas que apesar da surpreendente visão, elas se manifestam como palpáveis e belas.
Estas são as mais lentas na sua passagem, são as mais vivas e que ficam próximas do meu Eu.
Quando os meus olhos de vidro que mais perto delas chega, elas brincam voando para o espaço sem fim, visitando outros seres humanos que gostam de brincar.
Tem aquelas figuras humanas que perambulam em redor do meu corpo, são rápidas na maioria das vezes, carregando roupas volumosas, outras apenas o seu físico da cintura pra cima.
Estas estão em busca para conversar e elas apenas percebem que o lugar delas é continuar navegando fora do meu Eu e de mim.
Outras ainda vem das profundezas , dos mais remotos nascer da vida, estas me encantam como se eu fizesse parte delas, e continuo fazendo parte , são quando eu as transformo em letras e as letras em palavras,
talvez seja para perpetuar a vida simplesmente .
O barco das imagens brinca no barranco do rio quebrado dos sonhos.
Os sonhos se banham nas águas claras com pouco peixe, um ar fresco sempre esta por perto, mais nunca muito perto, o meu Eu se esquiva porque assim ele não pode brincar.
Brincar sem saber como se aprender brincar com as semelhanças, com as diversidades existentes, não posso mais negar pra mim, porque o meu Eu pode chorar, e o meu corpo poderá não descansar, apenas dormir para não mais acordar.
O Sagrado é a fonte de tudo aquilo que temos de melhor, de bom.
É a grandeza das pequenas coisas que fazem a diferença nos nossos relacionamentos conosco mesmo e com outros.
É proteção que precisamos para viver.
Nosso encontro com o Sagrado pode estar no momento que olhamos para o horizonte, e permitimos que ele atravessa nosso peito, nossos pensamentos, a nossa essência e a nossa consciência que este encontro é único e Sagrado.
O Sagrado está no silêncio que toma nosso coração, nossa mente,
abrindo novos caminhos, com novos pensamentos para realizamos o bem estar em nós.
A manifestação do Sagrado em nós, é quando respeitamos as diferenças das outras pessoas….
Quando podemos trocar as nossas diferenças de pensamentos, atitudes sem magoar ninguém.
Irene em 01/02/2024
Fecho os olhos para enxergar em mim o que o meu Eu sabe de mim.
Em segundos a conexão interior se manifesta como sendo mensagens vindas das profundezas do mundo que está em minha volta, do lado de dentro e do lado de fora.
Miúdas, extensas, longas e curtas as mensagens, como se elas fossem belas travessias que se meus olhos estivessem abertos nunca saberia o que estava acontecendo dentro de mim.
Ofereço este momento á minha consciência que sem perdoar qualquer engano meu, ela sacode como vento ligeiro e sem medo de tocar.
Sabe ela o quanto é preciso ser forte e atrevida, porque mesmo quando ela esta calada a sua função de equilíbrio natural do ser humano, nunca pode dormir, caso aconteça o descuido dela dormir, o seu habitat que é o corpo e a psique podem sofrer o desvio da sintonia do humano com a própria condição humana.
A consciência feita de rodas gigantes que atravessam oceanos da terra e do espaço, está em constante vigilância para sintonia nunca se perder pelo caminho do destino de cada humano.
De cada ser que vivo está.
Deverá estar viva para a consciência habitar e produzir a sua ligação da vida com o viver de cada um, de cada existência, assim sendo a vida que permitiu a formação do Humano ser, para tornar-se ser Humano possa viver esta condição filosofal e porque não dizer da arte da construção e reprodução que a vida continua através de nós humanos, ela se expande através das criancices nossas, que com ternura nós a deixamos brincar, crescer fazendo a realidade se transformar constantemente, pesquisar o que a existência permite que nós podemos conhecer, e mais que isso, podemos experimentar a pontinha do Sagrado que em nós habita.
Experimentar como os deuses dos templos divinos possam experimentar no paladar do alimento que sustenta o corpo físico, e a alma que se alimenta com as orações, as poesias e os cobertores da criatividade que nunca pára de inovar, mudar, acrescentar, inventar, expandir junto ao movimento do Universo, do mesmo tempo junto com o contato do trabalho das formigas, sentindo o perfume das flores, dos choros dos amores perdidos e não achados.
A esfera contínua dos seres vivos como o templo, o cenário Sagrado que nem todos percebe que tem, mais que são forte e belo.
O movimento incessante, sem parada e sem manhas como as crianças fazem, a vida está sempre se renovando em nós, não tão somente para nos sustentar, muito mais que isso para trocar as nossas mentes, nossas emoções, e experimentar a existência de um Ser Único em todos nós.
Em todas as terras feitas por Ele, em cada sopro de folego que mantém viva esta Chama.
A Chama do Amor que revela a bondade de distribuir a força que Ele tem através das manifestações singulares que habita em cada um de nós.
Que estreita as relações destas manifestações de formas diferentes, como não dizer, das diferenças necessárias para multiplicar e expandir a vida em cada passagem, em cada fração de segundos como sendo únicos e puramente verdadeiros.
A complexabilidade de cada movimento que está interligado a tudo e a todos,
A união de tudo que está interligado ao movimento que a vida consegue e continua lutando com a liberdade do próprio existir.
A interligação feita com a alma da alma e com a explosão dos sentimentos de cada um que faz a travessia seguir a caminhada que parte faz desta engrenagem fascinante e complexa, minúscula e gigante para nós humanos que vivemos com os olhos abertos…
Não há fontes secas no interior dos nossos olhos,
Não há deserto quando o movimento da vida se torna o manifesto do movimento constante e habitável para ambas as partes.
A vida do nosso interior,
a vida do nosso exterior.
A complexabilidade está apenas na negação de enxergar o que sentimos, de saber aceitar as diferenças existentes em tudo que é vivo.
Esta é a negação de ser o que realmente somos, como seres humanos.
São meros acontecimentos que nos tornamos desde o nosso nascimento até o nosso falecimento.
Não podemos é aceitar que apenas assim somos.
Um nascimento e um falecimento.
Estamos numa travessia composta de bilhões de possibilidades de vidas para comungar-nos com elas,
trocar as nossas experiências não apenas do nosso mundo do lado de fora, mas necessariamente o que podemos enxergar e saber conviver com o que temos dentro de nós.
É esta a grandeza humana, a riqueza escondida que carregamos.
A estrela que somos dentro de nós e que não conseguimos colocar para fora o brilho desta estrela, desta Luz que somos carregados através das nossas ideias puras e limpas,
dos nossos sonhos verdadeiros que incluem a sabedoria, o encantamento, a beleza do saber viver um pouquinho de cada parte de dentro e do lado de fora.
Sempre partimos que tudo que está do lado de fora é o início das nossas vidas, e o que está do lado de dentro não precisa ser avaliado, e nem ter conhecimento dele.
Pois ele é complicado, poderá trazer pra nós algo que não gostaríamos de conhecer e saber que está em nós.
Somos feitos do positivo e do negativo, ali começa o grande distanciamento de nós mesmos.
Começa pelo o que realmente somos!
Tudo poderia ser assim, no começo, mas assim não somos, não porque apenas não queremos e nem porque desistimos de nós mesmos.
Mas porque ainda estamos encantados pelas existências de tudo que existe, maravilhados das pequenas coisas para transformá-las em grandes coisas.
Espaçosas, imensas, assim nossos olhos abertos preferem fazer da vida íntima com elas.
Queremos mostrar pra nós mesmos que somos grandes, imperadores de tudo que é materializado, de tudo que é domesticado e por tudo que queremos ser como estes mandamentos nos ensinam ser.
Pena que nada somos disto tudo.
Felizmente somos muito mais que isso.
Muito mais que a nossa consciência tem o compromisso de saber e passar pra nós outras verdades nossas que ainda não descobrimos.
Somos ainda pinceladas de uma condição de vida que formou a condição dos seres vivos com as suas particularidades, mais como humanos somos, muito mais completos, sábios que poderemos ainda nos conhecer.
Somos estando vivos.
Vivos ainda estamos para viver.
Com os olhos abertos para aprender fechar os olhos e não nunca morrer.
O Sagrado em nós, é quando escolhemos fazer o melhor na nossa convivência com as outras pessoas.
O Sagrado em nós é quando as nossas escolhas são verdadeiras e
O Sagrado em nós é quando somos verdadeiros conosco mesmos,
com nas nossas palavras, ações e nas nossas relações.
Encontramos com o Sagrado quando permitimos viver as nossas verdades, concretizar nossas ideias com as nossas ações.
È o divino se manifesta em nós.
O Sagrado em nós são instantes, ás vezes são tão pequenos, rápidos que não percebemos que aconteceu um milagre, algo maior em nossas vidas.
O Sagrado está vivo em nós…
O Sagrado em nós palpita o nosso coração, desmancha o mal entendido, desfaz a feiura da arrogância.
Traz a paz em nosso SER.
O Sagrado é a força qua abre o mais profundo do nosso coração,
é a vontade maior que o ser humano possa conhecer de si mesmo.
O Sagrado feito de palavras, gestos, atos de forma verdadeira, se transformam em sentimentos verdadeiros e união de todos.
O Sagrado carrega no seu âmago a profundidade que a vida em nós,
é a chama acessa da nossa existência.
Fazer.
O Sagrado em nós protege os nossos órgãos vitais, nos dando a saúde, e a beleza da comunhão com eles, é a limpeza da fragilidade e a fortaleça do nosso corpo.