A PAISAGEM

por Irene Zanetti

Interiorizada ela apareceu como se ali eu estivesse…

Era uma tarde com a cor marrom antes da chuva chegar,

a poeira sobrevoava o espaço que cobria o lugar aonde as borboletas nasciam aos montes,

Em 1962, as asas das borboletas eram grandes e cheias de desenhos coloridos…

elas passeavam como crianças no pátio das escolas, nos quintais das casas.

Naquela tarde pela janela a menina olhava procurando algumas borboletas antes da chuva chegar,

os seus olhos grandes e escuros vinham procurando como se estivesse procurando agulhas no palheiro.

Nenhuma se atreveu sair dos seus casulos, das saias das suas mães prevendo a tempestade que estava chegando.

Primeiro ouve um estrondo vindo do espaço próximo da Terra, parecia que tinha partido um pedaço do espaço.

Imaginava um pedaço do espaço partido, rasgado, e separado do outro pedaço que saiu flutuando para o lado oposto.

Imaginava não, vi dentro de mim os pedaços soltos depois do estrondo que o trovão tinha dividido o espaço em duas partes, numa delas estava lá um monte de raízes das plantas plantadas no quintal, também tinha rochas pequenas, pedregulhos, areia espalhada…

No outro pedaço do espaço dividido que estava do outro lado havia muitas pessoas colhendo frutos e sementes, entre elas um pequeno riacho, e mais adiante os girassóis, com tons amarelos até chegar a cor branca.

Ali as borboletas eram abundantes e coloridas como se fossem um constante sopro dos anjos para mantê-las voando…

Foram instantes assim…não poderia pensar no tempo…porque estava fora dele…

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