No mesmo banco que estava sentada, uma menina-moça sentou do meu lado,
tinha os olhos azuis da cor das hortências…
Aos poucos começamos conversar, e sem perceber já comecei ouvir….
-Que ternura é esta que bravamente se levanta e se inspira em minha volta?
-O que dentro de mim segura esta força e faz inteira dela?
O que está dentro/ o que está fora e oprime para a travessia?
-O que sente o meu ser quando nada disto acontece?
O que sente ele quando isto acontece?
Fez-se o silêncio dos tempos e entre eles a montanha de sentimentos se escorrega dos pensamentos e se transfoma.
Nada mais se fala o que atingiu, nada mais se fala na travessia, apenas atravessou.
Quanto maior o medo se faz presente, maior ainda é o saber de ter sentido o próprio.
Sem ele nada disso seria grande, apenas eu poderia.
Sei da bondade do ar, que transpira nos poros dos deuses.
Mas sei que a razão tem limites o seu perfume.
E nada dele atingi a minha dor!
Dor que devasta, que infiltra minha carne e dela se faz a poesia do escuro, e então tudo que se investiga está por vir, nada mais se cristaliza com ela, nada mais se limita, se a dor não existe…