Assentada, inebriante fica solitária e apenas quer ouvir o som do coração.
Não imagina ela que o silêncio da sua dor é maior que o seu tempo vivido.
Esticado fica o sofrimento do coração, ele acha que a alma não pode adoecer.
Mas a alma adoece com o tempo destruído,
talvez venha de longa data tanta indignação desta dor.
Talvez ela esta presente em todos os momentos que a vida se propõe viver.
A dor da alma mal sabe ela que a vida quer paz, saúde e para quem gosta uma taça de vinho diluído e extremante com a cor roxo.
Venha de paz na bandeja, um pouco de ternura que faz os olhos ficarem fechados.
Venha sem brilho mesmo, ele não é preciso quando a paz chega.
Venha solidária pois o corpo pede para não suportar mais a dor que a alma tem.
Tempos sombrios que a vida impede dela sair.
Como se fossem gotas de torturas espalhadas durante os anos vividos.
Assim pensa uma parte da minha consciência preguiçosa para saber mais.
Um basta, bastará para renovar a vida.
A cada instante a mente pensa assim.
Pensa também que o tempo passa devagar, sem a pressa de saber o que vem pela frente.
Pequenas torturas constantes pensa o sentir.
Sentir é a doçura daqueles alienados pelo sofrimento existencial no ser humano.
O sofrimento carrega dores de todas as almas que transitam como penas brancas e levemente escorregam no corpo de alguém…
de mim, de você quem sabe de quem?
A justa causa que se prepara constantemente para estar presente no corpo da alma adoecida.
Sempre haverá ternura buscada através de um olhar que acha o minúsculo ato de uma primavera perdida não saberia dizer o tempo que ela se perdeu.
Deixou flores nos campos longínquos e marcas nas vestes das pessoas.
Deixou seu retrato nas lembranças das caminhadas solitárias e infantis…
Quem sabe quer saber sobre as flores e as suas caminhadas, quem sabe quer?
Nem tanto é poético quando delas falamos,
costuma ser as vezes a cura dos sentimentos adoecidos, apodrecidos e quem sabe elas possam ser a hóstia consagrada.
Depois dos ventos elas se desfazem com histórias vividas.
Mas com tempo elas se mostram esquecidas…
O vento do tempo!
Eis a questão que se cruza com o sofrimento.
O vento sente o sofrimento.
Porque o sofrimento tem apenas um lampião que está sempre acesso no peito daqueles que não dormem.
Não se atiram ao mar para um banho tomar.
Apenas aqueles que se deixam queimar pela ardência do sol e não
sentem a sua essência.
Hoje as palavras escorregaram de uma bacia que o alumínio fez.
Coisas antigas que me fazem bem.
Tocar a matéria pura e deixar as marcas das minhas mãos grudadas pela massa do pão.
Feita gulosa a fome diz pra que tanto?
Apenas o sabor bastaria que fosse o suficiente.
Apenas os aplausos esquecidos de ser batidos entre as mãos preguiçosas, ou pela falta da audição proposital?
Quem tudo sabe, nada sabe diz alguém de não sei da onde, mas ele diz assim…
A dor da alma é assim, você consegue conversar com ela, pois ela depende da memória individual, logo passa ser coletiva, na embolação de tudo existir não se pode confundir lembranças da existência daquelas que se transformaram em memórias eternas.
Dias em que o sentido do sofrer não é somente individual, pois este está absoluto na alma que cada um tem.
Este sim traz o absoluto não se sabe se é pela arrogância atrevida que acompanha ela ou seria apenas um desprendimento corriqueiro de quem nada mais quer saber.
Saber sobre a alma faz isso com a gente, tudo está no todo, localizado num ponto fiel das existências.
As vezes sobe algo desfavorável nas passagens que as histórias contam, as vezes ela sendo fiel a verdade ela insiste em contar tudo que aconteceu, as vezes através do som das palavras interiores, imagens definidas e outras vezes insistem destrinchar os detalhes que foram cruéis e a memória esconde do ser humano vivo, presente, mais não consegue esconder da alma!
Quem você é alma que tudo passa pelo cunho de cada DNA?
Crava a EXISTÊNCIA, e esta não atende o pedido de quem nada mais quer saber, senão aprender sonhar…