A arte de viver no envelhecimento

por Irene Zanetti

Depois que o vento levou os anos,

Deixou o legado de quem chegou a envenhecer…

Como outrora o ser habita no humano, com as suas exigências, complacências…

cedeu ao humano a força para seguir adiante, como uma flor nascida há tempos atrás,

uma estrela do dourado envelhecido…

com um coração que muito sangrou ora enloqueceu de alegrias….

em outra horas de esplendores que se curvaram ao divino amor…

O amadurecimento do corpo que se enfeitou, diblou os defeitos, que eram as características….

da hereditariedade, raizes que vieram de longas datas e distantes nações…assim um dia ele nasceu.

O humano ávido e cheio de pudores que não descansou, mesmo no sono dos justos, apenas se cobriu de papeis espalhados de numéros e escritas de defesas próprias.

As vezes a incredualidade se fez presente como o sol que não esquece de aquecer….mas queima se não permite viver o que é pra ser vivido.

Faz doer um punhado do corpo que cobre o ser, ainda assim o teimoso corpo não quer falecer.

Ampara os seus derradeiros filhos que detestam despedidas,

com olhar sombrio o tempo diz…sou cumpridor do meu exercício, embora cedo não vou…

A caminhada retoma como um véu que sobrevoa sobre o movimento do corpo e das histórias que ele continua fazendo.

O tempo nada corrige mais e diz…faça, aprenda viver com os limites tem,

aprenda o que não descobriu conhecer de si mesmo…

aprenda virar a moeda e sentir que nela a vida pede mais!

Que a vida se contorce quando a febre vem e não quer ir embora,

o desânimo vomita saudades, desperanças, perdas e desculpas para não se permitir viver mais.

O tempo ainda tenro, feito de luz que nunca apaga,

na alma do ser humano.

Vem longa noite devagarinho porque os sonhos ainda existem,

ainda estão alojados do lado esquerdo,

como se nunca fosse ter que ir embora.

venha força dos deuses que não esquecem que já tiveram na Terra ardente do fogo do o sol.

Imprópria é a vontade de dormir num campo azul…

Imprórpia é a vontade de não mais cantar…

e da solidão que quer abraçar…

O fogo reage no peito que esquece de bater com mais fúria como aos vinte anos,

no pedaço da vida quando, os filhos nascem…

feitos eles crescem, sem avisar já no colo não estão mais…

Um brilho que se lança no ar…então o velho pensa apenas uma lágrima que atravessou a luz…

outros temperos do sol que vem de encontro com a consciência,

é a inconsciência que se aloja nos rápidos cochilos,

trzaendo imagens, rostos desconhecidos, longínguos e na esfera que na terra não existe…

A inconsciência assim ela se apresenta tão familiar na velhice,

nos dias de sol e de chuvas…

nos momentos que a brisa beija a face enrugada.

Dias compridos feitos com o canto dos sabiás,

das torneiras que escorrem a água para umedecer a terra árida.

Do orvalho que escorrega pelas folhas pesadas da cor verde, amarelada, marrom…escorregam como se estivessem brincando na gangorra…assim o pensamento vem iluminado como a lua minguante.

Debaixo do pé da cacais surgem o gafanhoto vestido da tarde,

suas antenas se esticam para escutar a voz de quem lhes fala.

Como você está?

Por onde você andou?

Sua casa é no pé do cacais?

Cacais logo pensou, daonde surgiu tal nome?

Logo a imagem da palavra veio de forma limpa, sem sombras…

Perguntou ao gafanhoto quer saber sobre o cacais?

Como se ele respondesse os lábios avermelhado entre o bigode e a barba as palavras iam saindo como as folhas sopradas pelo vento.

  • Cacais é a árvore que acolhe aqueles que nela param, descansam…e dormecem sem precisar pedir licença.

Cada um que nela chega se sente abraçado ou a abraça e o encontro de ambos alimenta a alma da natureza maior…

De um lado para o outro o gafanhoto parecia ouvir e tentar enxergar as imagens das palavras ditas,

logo, veio o silêncio da despedida e o gafanhoto pulou um pulo tão alto que atravessou o rio que neste momento ficou entre ele e o velho…

ENVELHECER UM ATO DE AMOR…

APRENDER AMAR é viver a eternidade!!!!

Outras publicações

Deixe um comentário