A moça na janela,
Certa tarde ela debruçou no alpendre de sua casa,
Segurou a vidraça feito de vidro tenro,
Sentiu um perfume que veio de lá de fora.
E disse pra ela mesma,
O jasmim acordou!
Tinha um óculos que suavizava a figura dos seus olhos selados,
Então pensava, um botão flor avermelhado apareceu,
ficava sorrindo na janela, sentindo…sentindo.
Tinha as mãos escuras que pareciam com a tarde antes do sol ir embora,
Ficava pensando quantas horas sem você sol?
A única claridade que tenho de mim e em mim.
Tinha um pincel sem tinta,
atrás da vidraça ela desenhava figuras nela,
Depois com um sopro apagava as figuras no vidro,
e recomeçava sempre fazendo figuras imaginárias.
Tinha nos cabelos uma trança com uma flor azul pendurada.
Sem ter os seus olhos para ver, o beija flor na flor se saciava.
A moça na janela havia tinha um quarto escuro sempre em sua volta,
Era a cegueira dos olhos seus,
Mas tinha os ouvidos audíveis,
De surpresa surgiu um abraço.
Era o beija flor que pousou nos ombros dela.
Encostada na parede ficava minutos á fios,
Como se estivesse olhando tudo lá fora.
Enxerga as imagens da cegueira dentro dele.
Então a fantasia e a realidade da sua vida vivia dentro dela.