MURALHA

por Irene Zanetti

Os olhos do tempo surgiu de repente sobre o muro esticado na distância dos quilômetros.

As terras separadas pelo muro secaram por longos anos.

Nelas não havia mais a maciez da chuva e nem o gramado que surge sem querer.

A Terra fora dividida pela ilusão e o egoismo dos Homens do poder.

Dividida ela negou-se revelar qualquer sinal de alegria, dividida ela não sorriu mais, deixou de ler as histórias das pessoas que ali ficaram separadas.

Outrora as pessoas estavam juntas sem o muro rasgar os relacionamentos entre elas.

Os relacionamentos daquele país eram recheados dos sentimentos, das alegrias e tristezas coletivas, suas paixões, decisões e definições do que aquelas pessoas queriam para as suas vidas.

Nada mais além de ficarem unidas numa só terra, numa só pátria.

O solo rachou-se com a plantação do cimento duro e cruel fincado para que o povo dividido não pudesse mais o olhar nos olhos de quem sempre olhou e prometeu nunca deixar de olhar.

Os olhos depois que o muro foi calcificado na terra fofa que era, perfurou o olhar dos olhos tristes.

O tempo novamente quis recomeçar um novo tempo depois que a terra deixou de ser uma só naquele campo minado de pessoas que se amam e segregavam as suas culturas, os seus gostos, alimentos preferidos, as canções ah! As canções que gemiam agora nos dias livres do muro, sem ouvir nas noites sem luar o gemido da saudade, dos amores interrompidos, dos choros dos recém nascidos sem conhecer o pai que desapareceu.

De repente em poucos meses, o plantio dos tijolos misturados com cimento, com aflição daqueles que tinham o dever de levantar o máximo que pudesse para que os olhares não mais se encontrassem, não mais poderiam apreciar o encantamento que os olhos possam oferecer, como um punhado de amor, um sorriso aberto que sem pronunciar as palavras possa dizer amo-te.

Para aqueles os vizinhos se tornaram desconhecidos, estranhos mesmo morando na mesma rua, na mesma cidade.

O muro o símbolo da separação.

Separar o que poderia ser?

A idolatria do poder?

Separar a infame política que escraviza as escolhas que definem o melhor para a maioria?

Quanto poder reunido, para conseguir romper uma sociedade cheia de esperanças e comprometimento com a vida.

O muro destinado se esticar cada vez mais que o povo pretendia quanto derrubá-lo.

Um velho ser de bigode grande pintado de escuro para esconder a idade que tinha.

Disse num discurso temos a força para eliminar as ideias e os ideais de cada cidadão deste país.

Daqui pra frente todos deverão fazer parte de uma só ideologia.

Um adolescente que ate hoje não se sabe se foi pela inocência ou pela rebeldia perguntou ao vozeirão do comando maior.

O que é ideologia? E qual é?

Depois de coçar o bigode sem saber como os outros a ousadia do garoto, respondeu a ideologia da pura raça.

Não se sabe ate hoje o que aconteceu com o garoto, e a maioria do povo que ali estava abaixaram a cabeça, e consentiram a proposta do velho de bigode que não era mais grande e pintado de escuro.

O bigode se transformou muito pequeno para o poder que recebeu da maioria do povo que ali estava.

Na desobediência de alguns rapazes surgiu o começo da rebeldia, no mesmo instante todos estavam a prova do fuzil na cabeça.

A noite caiu….o machucado da consciência ficou cravado naqueles que ali presenciaram palavras do poder.

O muro deu o sentido nas pessoas que ele se tornou ainda mais alto e impossível de ser derrubado.

A raça pura passou pela prova de ser pura durante muitos anos.

Tiveram que sentir a vida de forma mas liberta, para poder reencontrar os olhares com os olhos de quem aprendeu que ficar sem o encantamento dos olhos se vive na prisão….

Irene em 29/07/2023

Agradecemos e pedimos,

Abençoados sejam os pensamentos, as alegrias e os sentimentos humanos neste domingo.

Para a segunda feira pedimos pela amizade.

Que reconheçamos os amigos verdadeiros,

Companheiros da nossa jornada humana…

A esfera abriu-se….

Pedimos a saúde para o nosso corpo,

A luz para os nossos olhos,

A voz da paz para as nossas palavras…

A consciência não mais dormiu naquela

noite.

Os olhos pintados de azul-claro surgiu do recém nascido.

Foram dias sem lamentos de uma mãe que aguniava no templo da maternidade.

Ela partiu e um pequeno ser ali ficou sem a veia que traria o seu alimento para o resto da sua vida.

Debaixo do sol, partiu um destino que prometia aos homens uma nova história.

Todos já cansados estavam não sabendo o que poderia acontecer nesta nova história.

O templo dos homens esta ferido pelas angustias humanas,

o sol não dispunha viver solitário, queria que tudo que poderia dar aos homens ele ajudaria.

Mas homens não queriam ouvi-lo,

PEDIMOS

A bondade nas nossas ações,

clareza das necessidades das outras pessoas,

e amor para viver…

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