QUEBRARAM A PONTE
No deserto ficou o Homem soberbo,
Atrás não foi para encontrar os parafusos,
Deixaram soltos os primeiros humanos que subiram no trono,
Se deixaram as costas virar….para as lágrimas que escorriam dos pobres homens.
Se deixaram pelas riquezas,
Pelo poder de não querer saber amar,
Se deixaram viver como reis que sustentam uma vida sem vida,
Um deserto aonde corre o sangue que secou.
Deixaram esquecidos os sonhos que habitam no coração,
Ficaram calados com as noites que não veio,
Esperaram apenas os dias para o trabalho dos garimpeiros.
Desassistidos e em fila a sofrer dos que trabalham nas esquinas da morte.
Todos em cada um mesmo sem uniformes são escravos do mesmo dono.
Lutam, avançam,
Caem com os tiros que os pensamentos de aço lhes tiram o sono,
Fazem espetáculos com as suas vestes sofisticadas,
Riem do esquisito menino que os dentes perdeu,
Naquela mesma esquina que seu pai morreu,
Assustado o mundo fica na impotência do não saber fazer,
As vezes chora em ver,
As vezes as costas vira,
Sabe que isso pode acontecer,
Seus meninos e meninas nasceram num fértil momento de dor,
Seus pais que não conhecem o amor e o respeito também não sabem dar,
As vezes sim, as vezes não, depende do coração,
Quanta falta de pão para os meninos e meninas!
Quantos pães é preciso saborear para aprender no diluvio?
Quantos tiros vai defender los?
O choro, o amargurado coração que sem saber chora sozinho num canto da cama que desocupou,
Há uma lágrima que não escorre pois o pranto se assustou,
Com mais tiros, gritos de socorro chegou até ali na beira da cama que não deitou.
As cavernas que guardam a sagrada força entre o céu e a terra.
Os homens gigantes viveram,
Nas terras antigas do oriente,
Que parece ter sido ontem, na leitura feita.
Prometia a Deus que não haveria homens que fossem deixar de ver as maravilhas Dele.
Os ventos passaram por todos os cantos da Terra, circularam como se fossem balões soltos com a ar comprimido.
Perdidos no campo do espaço que cobre a Terra.
Como águas que escorrem das grutas escondidas.
Os pensamentos voam como os balões.
Se perdem no espaço e ficam voando sem direção.
A memória dos homens da caverna vem cochichar nos ouvidos de quem ainda as escutas dizer.
Os balões, os pensamentos, dos homens estão perdidos no campo da Terra,
Esqueceram que fazem parte do teto que cobre o seu lar…
Nem olham para cima,
Porque não querem olha para baixo,
Vermelho o céu fica no anoitecer aonde as estrelas cansadas não querem mais ver…
Corpos esticados, preteridos, envolvidos no tráfico do mundo interior dos humanos,
Perdidos os caminhos que não conseguem encontrar o rumo do mundo que grande parte ainda não conheceu,
Poucos diante de tantos os olha e o choro vem,
Como se fosse para aliviar o sofrimento que não sabem o porque sofrem,
A maioria vive o massacre da massificação,
A maioria sacrifica suas mãos, seus acreditares para poucos comer o pão.
Os homens das cavernas sabiam que não conheceriam os homens pós contemporâneos.
Mas sabiam que um tempo longínquo chegaria e os homens contemporâneos viveriam.
Afastados os homens de guerra ficaram exposto ao sol que não veio.
Foram muitas em tantas guerras.
O vazio causado pela dor….do vermelho escorrer…nem percebeu que sofreu.
O mundo que aceitou as mudanças do comportamento humano.
Desde então o mundo não cresceu.
Já havia crescido depois que a hora chegou.
Os estouros enviados pelas forças da natureza.
Os homens que não conheciam outros caminhos,
Permaneceram no mesmo sentido da vida ver.
A racionalidade que esculpiu o rosto do humano com o lápis da matéria como sua obra-prima.
A matéria de custo alto…assistiu o seu corpo sendo cortado pelas moto serras…
As vidas que correm daqui e dali tentando escapar do fogo cruzado dos traficantes de animais.
Das madeiras, das fábricas clandestinas que exploram os recursos naturais como se fossem deste o poder.
Dos elefantes que não conseguem correr.
Das tartarugas.
Formigas que se perdem no caminho do seu ninho…
As zebras que fogem desvairadas dos fuzis na direção dos seus zigue zague das suas listras.
Fogem todos assustados.
Nenhum estava preparado,
Vieram todos armados,
Com os cipós amordaçaram as espécies,
Inclusive a humana.
A extinção chegou, fechando as portas e labirintos da liberdade,
O quadro pintado da face da Terra como se fosse um negro destino que a própria humanidade cavou.
Destino que esconde as verdades que feriu a vida!
Que varreu as sociedades que não se livrou do pecado mortal de não ser amigo.
Destino descoberto para os desavisados que a chuva deixou de ser um banho dado….
E tornou-se um, ácido.
Destino dos deuses que prendeu os dentes ´para nunca mais falar.
Dar as ofensas sem necessidades ter.
Fazer a escravidão do outro sem ele merecer.
Tragédias que destroem os rivais corações magoados.
Despidos da dor que se mostra como uma espada empinada.
Saúda o tempo com o cuspe do ódio,
Secreto que se lançar como cego, doido que ainda não sabe que caminho tomar.
Largar as ferramentas de cristal e delas no lugar toma-as como serpentes desesperadas.
Assim o templo do vazio do Homem se eleva.