Quando as cinzas do vulcão transformado em máquina gira os 360 graus para atingir a área escravizada do opositor,
Vem toneladas de sentimentos ruins com elas.
Serão todas elas negativas?
Quando o inimigo está presente com as armas nas mãos, o risco do tiro pode ou não acertar o inimigo…
O inimigo no esconderijo pergunta á ele mesmo – quem é o inimigo?
O que é inimigo?
Na guerra vem uma mistura das verdades e das realidades vividas até o momento que se está na guerra. Tudo tem um sentido diferente do que se conhece da vida e do mundo.
Há uma confusão mental, paradoxo, uma sensação de se ter ou não ter sentimentos!
Nestes momentos o que são sentimentos?
Nas histórias das guerras o que são sentimentos?
perguntei novamente…
Um certa amiga, porque não era a inimiga, não só porque estávamos de lados iguais ou desiguais…
Apenas porque o risco de morte nos cercava…à ela e a mim.
Senti um aperto devastador de quem perde a própria identidade…neste momento.
No meio da fumaça escura, com cheiro de óleo queimado, de fuligem que embaça a visão…e deixa a voz rouca,
falhando o som que tanto é preciso da clareza das palavras perto dos inimigos ou amigos.
O que importa neste momento é a vida que está passando por um fio…
O fio que pode ser rompido por mais uma bomba, deflagrando a respiração…cada ser humano ali suspira quando o vento passa e retira a camada da nuvem suja de óleo sobre nós.
Todos apoiados num muro em estado decadente.

Outro estrondo veio mais próximo de dezenas de pessoas ali cercadas pelos escombros.
Ninguém se conhecia até aquele momento.
Ninguém sabia para que lado cada um estava, se era de uma guerrilha, de uma milícia, do exercito arrependido que trocou a farda pela camisa e casaco de quem ele matou…
Havia uma multidão agora em redor de todos nós.
A asfixia que a retirada do oxigênio que as bombas com termos nuclear de novas formas de assassinar sem deixar muito rastros estavam sendo aproveitadas na experiência se elas eram eficientes ou não…
Ali seres humanos carregados pela confusão mental que tudo isso passava como se fosse uma nuvem que chovia resquícios de urânio, o mais perigoso de todos os minerais do planeta…
As bombas foram se acalmando quando um tanque passou e alguém saiu de uma pequena janela com o binóculo para ver se havia sobreviventes.
Ali, entre amigos e inimigos todos desconhecidos ficamos sem respirar pelo tempo da passagem do tanque cheio de homens fardados…com o olhar amedrontado.
Entre os mais feridos haviam mulheres com crianças no colo, senhoras com bengalas, e homens que pouco conseguiam caminhar.
Olhei ao redor, e uma dor no estômago começou ameaçar o vomito da dor cruel sem propósito real de tudo aquilo estar acontecendo…
Seres humanos feitos de carne e ossos, sentimentos, emoções, quantos ainda terão que morrer?
Perguntei ao vento, não conseguia garantir a vida de ninguém, nem mesmo da minha.
Dali saí como se fosse uma faísca que não quer ser reconhecida no meio das pessoas estonteantes, sem rumo…
O grito de uma sirene indicava que os paramédicos estavam chegando,
dali saí…apenas deixei um pedaço do meu coração para cada um…