História do Júlio

por Irene Zanetti

Sempre que amanhecia Júlio abria a janela, que era feita de madeira rústica,

com fecho da mesma da madeira porta do seu quarto, e neste tinha duas camas,

uma dele e a outra do seu irmão mais novo.

Todas as manhãs ele abria a janela e em frente dela havia uma pequena montanha, para ele quando era criança ainda ela era muito alta.

Hoje na sua idade de adolescente ele suspira e diz quando a vê, minha bela paisagem!

E era bonita mesmo, a pequena montanha tinha uma vegetação espessa sobre o corpo dela,

tinha muitos tons de verde no outono e no verão, no inverno os tons dos verdes começavam ficar amarelados e marrons, depois disto ficavam nuas as árvores, com frio sem as folhagens.

Júlio tinha os cabelos escorridos , mais curtos como um menino do campo usa.

O seu coração era limpo da poluição sonora, dos gritos das businas, e da ofuscação das letras e luzes barulhentas para as mentes…

Cuidava dos pequenos animais, soltava-os dos cativeiros domésticos todas as manhãs depois que ele abria a janela e saúdava a montanha.

A tarde sai com seu irmão mais novo, para recolher os animais de volta para o cativeiro…

Seu cotidiano era assim … frequentava a escola próxima da pequena cidade que vivia,

nela encontrava tudo que sonhava aos seus 12 anos de idade.

A leitura, os números, desenhos, o futebol e os amigos…

Sua vida retirada da cidade faz-o próximo da natureza,

Aprendeu nesta relação algo muito sério, necessário e importante para o ser humano,

aprendeu se relacionar com a natureza como se ela fosse outra parte dele mesmo.

Quando ouvia os barulhos que os galhos faziam com as suas folhas ele diziam, ôh vento! estava com saudades de você, demorou pra chegar…

As ondas do vento quando vinham frias ele dizia,

você estava no sul?

no leste?

Parecia que o vento o entendia, porque ele respondia o que sentia…Do sul, o frio de lá ainda não acabou…ainda se espalha com a tua força…e sentia a despedida do vento como um abraço mais morno e tudo silenciava…

as folhas das árvores iam se acalmando lendamente, se deixando descansar da visita do vento que partia.

Júlio tinha um olhar limpo! dizia a sua mãe.

Estava presente nos pequenos acontecimentos aonde morava,

perto da montanha de várias cores de verde ele cobria sua alma com o que via e ouvia da natureza,

se deixava entregue aos encontros com os passáros, ali imitando os seus cantos e movimentos.

Júlio carregou estas vivências a vida toda…mesmo morando num aranha céu em Nova York, quando se tornou um jovem adulto as suas lembranças alimenta seu coração entre as pesquisas que faz para a Humanidade…

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