As montanhas,

por Irene Zanetti

Vestidas do verde das florestas,

das suas folhas molhadas pelas nuvens carregadas do ar úmido que estava naquele dia.

Os alpes desta cordilheira mansa que só movia através do balanço das folhas macias, pesadas do orvalho.

De muito longe parecia um templo perante a Terra inteira,

o viajante olhou procurando o coração deste amontoado de terra, pedras e árvores imensas…

e se sentiu minusculo quando se aproximou dos pés das montanhas,

estava cansado havia trilhado milhas durante dias para ali chegar.

Viajou agora com os olhos acendendo a sua alma de retirante…

Deixou-se esparramar o seu corpo na relva em volta do gigante presente.

O dia era de puro suor do sol que poderia respingar naquele mundo sólido, feito uma petrificação…

Antes da sua chegada para escalar um pedaço gigante da terra,

o viajante lamentou porque não chegou antes do sol chegar.

Sabia ele que perdeu um espetáculo dourado deslumbrante…

descansado tomou a trilha para a vegetação esticada sobre as ondas das montanas…e começou as

pesquisas das espécies distintas.

Durante dias e noites ali permaneceu na sua busca,

alimentou a sua parte humana, e o seu Ser liberto de tudo e do nada existir,

assim a sua tarefa terminou.

No último dia se deixou para observar o majestoso aglomerado das montanhas enquanto caminhava se despedindo a cada passo dado.

Neste amanhecer gostaria de ver o último nascer do sol sobre as ondas de terra,

mas o amanhã veio sem o sol, pensou ele, a última oportunidade de vê-lo terminou…

caminhou, observou, escreveu e tudo guardou na sacola da sua sabedoria.

Antes da partida sentado numa grande pedra distante já da onde foi acolhido, queria deixar registrado aquela paisagem imensa, penetrante e harmoniosa com os habitantes que moravam entre os galhos das árvores, os répteis, animais nunca vistos espalhados, correndo, dormindo… todos eles ocupados com o seu viver…

Na distância que aumentava com os seus o viajante teve os últimos pensamentos, olhou profundamente procurando o coração da montanha como fez quando chegou…

De repente surge um clarão no pico da mais alta delas como se fosse uma explosão que ofuscou os seus olhos.

Uma correnteza de luz desceu como um “véu de noiva, abrindo o clarão até os pés das montanhas que tinha as folhas molhadas de orvalho que os pés das nuvens molhou…

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