Estas flores dedico á todos aqueles que viveram comigo a sua velhice, e que preparou a minha.
Memórias…
Eram muitas !
Tantas que a claridade das lâmpadas ficou ofuscada.
O brilho era delas das senhoras de mais idade. Vestiam nas cores rosa choque, verde-cristal, branco-cintilante, vermelho-rubro, negro, azul-marinho, e todas com desenhos de todas imaginações.
Bolas, rosas, risquinhos, xadrez e outras formas que só vendo para a gente descobrir a criatividade das pessoas.

O movimento não parava, ora em círculo, em grupos, solitários e a dois.
Tinha de tudo um pouco, baião ligeiro, samba corrido, festas não faltavam para o rebolado acontecer.
Vieram então as valsinhas aquelas daqueles tempos passados.
Uma delas conhecida dizia…ôh jardineira porque estás tão triste, o que foi que aconteceu?….
O calor no salão aumentou fervorosamente quando resposndeu, …foi a Carmela que caiu do galho deu dois suspiro e depois morreu…
Os braços entrelaçados faziam as rodas das danças…
Pausa para o descanso, ninguém é de ferro um dizia ao outro, tomado o folêgo tudo retornava…foram horas passadas na correnteza do carnaval dos envelhecidos.
Muita hidratação entre tantas musicas tocadas, tantos versos repetidos…
As serpentinas espalhadas no salão, coladas nos cabelos grisalhos e brancos lá estavam elas…
Recordando?
ou estavam vivendo um novo carnaval?
Como estariam todos naquelas horas vitais,
sem nada pensar…apenas o querer viver…
Como estarão hoje, com os seus sonhos,
as novas histórias , será que reinventaram?
repetiram? ou fizeram novas…
Belas, tristes?
Em que cor do espaço eles estão?
Um aperto no meu peito…