A ALMA

por Irene Zanetti

29/01/2025 A ALMA

A Alma que navega sobre as águas mais puras do sangue humano.

As águas que secretamente se envolve com o vermelho que não para de correr.

Ali está ela debaixo de todas as camadas visíveis e invisíveis do corpo.

Como se fosse a placenta do inteiro do ventre psíquico que todos os seres humanos carregam.

Depois das camadas navegantes e das correntezas da água misturada ao sangue, segue a vida para o tempo viver.

A alma que escalda as nuvens dos sonhos conhecidos e desconhecidos dos viventes febris pela verdade que não viveu.

Do derrame agudo dos últimos minutos da vida que ressuscitou,

Assim a alma vive, sem alento e nem choro sem chorar de verdade.

No silêncio da vida diurna e noturna ela se faz e desfaz da própria natureza que a sua essência permite.

Toda brilhante do branco mais branco visto, ela se acomoda aonde os pensamentos ou os sentimentos a colocam.

Será de emoção ?

As vezes ela me pergunta.

Ou da razão que você não se encanta?

Encantar esta é a essência da alma que lagrimeja os olhos brilhante do branco nunca visto.

As vezes por fracções de segundo ela passa sobre os olhos fechados de alguém que adormeceu.

Passa seu olhar vagarosamente como se dissesse acorda quando amanhece.

Neste momento a lamparina da escuridão da noite se apaga com o sopro que vem das suas entranhas, do mais profundo cordão umbilical entre o ser que está no humano, e o humano que esta nela.

Quando isso acontece o humano não há sente, apenas consegue respeitá-la, pois ela provavelmente está se escondendo da escuridão dos sentimentos de uma crise existencial.

Está ela abatida também porque não é vista e nem sentida…

O cego humano tenta fitá-la como se ela tivesse o corpo com os olhos.

Uma forma, se fosse uma escultura…

ela simplesmente escorrega como se fosse uma resina invisível, que só a extrema cegueira consegue ousar de dizer.

Você existe mesmo?

Quanto maior a cegueira, maior será a profundidade do seu esconderijo.

Maior se escuta da alma que pode ouvir e conter as lágrimas do coração abatido e milagrosamente vivo.

Nestes momentos, não há como não reconhecê-la, como a vida abraçada com a existência e juntas se transforma na roupagem da alma.

As vezes ela aparece sobrevoando do lado de fora do corpo, como se fosse um vaga-lume minúsculo com o seu brilho saltitante e brilhante.

Mostra-se como um ponto de luz!

Uma faísca que sem querer saem para dar uma voltinha diante do sol.

Ali permanece para o seu retorno como se precisasse se proteger , quem sabe dos ventos fortes, das palavras mal ditas, dos terremotos das ações desumanas, se esconde também dos medos, das palpitações desenfreadas do coração.

As vezes quando pensa em descansar, ela se move entre as paredes internas do corpo. Um sobressalto no cochilo inesperado, uma fresta que se abre das luzes que iluminam a psique, dos raios que de tão preguiçosos os olhos dos humanos consegue ver as luzes da alma passeando nas frações de segundos,

As vezes em forma de sol, dos pontos das entre linhas. Traçados brilhantes que ficam no teto, outras vezes círculos, em formas nunca vistas.

Pensa então o humano são estrelas visitantes que a alma permitiu mostrar.

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