Em 10/06/2022
Como o fino cristal,
o vento passa e leva os nossos risos e soluços…
as vezes pergunto para aonde vão?
A arte da teia da aranha é feita com a própria saliva,
quanto maior o traçado.
O traçado das teias das aranhas escodem segredos,
como o coração das pessoas…
Quando as janelas se abrem nas manhãs,
é o momento de se inteirar com a diversificação da vida…senão adoecemos.
Inspirar o ar é trazer o espaço para dentro de nós, renovando a vida
expirar é a troca que fazemos doando a vida em nós.
INSPIRAR O AR É Quando trazemos o espaço para dentro de nós.
E EXPIRAR é quando sopramos a terra que somos…
A respiração a máquina que nos faz manter vivos…
e a comunhão do ser humano com o espaço sem fim…
è a fração do tempo sagrado em nós.
As vezes olho a distancia do horizonte…
e penso o que vejo além dos meus olhos?
As vezes deixo minhas mãos nuas das coisas…
seus traçados se aprofundam,
e se tornam tão limpas!
Carrego um sorriso que fica mais escondido do que do que visto,
nele está todo o meu SER.
A maior cegueira não está na visão dos olhos,
mas na negação da consciência.
Neste dia e nesta noite agradecemos com amor.
As vezes vejo os pássaros que voam tão desprendidos,
e pergunto para o meu coração vamos fazer o mesmo?
O coração tem uma linguagem profunda…
tão profunda que as vezes penso que ele fugiu de mim…
As raras vezes que vejo borboletas majestosas como de outrora,
me emociono…elas trazem o registro de muitas lembranças.
Quando escuto um galo cantar logo digo,
minha infância amadureceu…
Certa vez fiz um passeio numa canoa,
ela deslizava como se fosse uma folha seca,
sem rumo nas águas do rio.
Um beijo sondou meu coração,
nunca mais ele se aquietou…
As tardes sem sol não eram tristes,
apenas as paredes eram frias e cálidas…
Há tempos que percebo que os meus cabelos ficaram brancos,
são milhares mostrando que eu envelheci…
Numa tarde andei entre muitos girassóis,
ainda hoje reconheço os momentos mágicos que foram…
Certa vez o caminho da escola ficou longo,
houve uma curva nele,
compreendi que eu tinha ficado adulta…
Noite vazia do sol,
pensava eu antes de dormir,
certa noite apareceu uma estrela no quarto,
nunca mais saiu dali…
A prata um mineral que foi feito pela natureza antes do ouro.
Pensei assim quando vi uma pulseira,
O ouro carrega a nobreza da cor da luz…
Gosto de ouvir com o olhar,
Um dia minha vó disse,
Décadas se passaram e meus olhos me disseram,
é a sua percepção.
Quando olho para as flores sinto um choro dentro de mim,
elas abrem a idade da infância longa e distante.
Um sabiá cantou baixinho um dia,
havia uma ronquidão na sua voz,
antes de cair no chão e dormir para sempre,
ele cantou, pensei!
Gosto de falar das borboletas,
são tão frágeis e belas…
cá comigo, digo elas precisam de proteção…
Um beija flor apareceu na janela da sacada,
beijou as violetas,
não satisfeito visitou as margaridas…
De longe sempre avistava uma árvore,
os meses passavam e ela mudava de cor,.
pensava assim quem a enfeitou?
As nuvens escuras estavam soltas no céu, pensei…
pois vinham correndo para derramar as suas águas…
e as enxurradas aconteciam.
O meu coração sempre foi conhecido pela minha consciência.
Devoto, ele guardou os momentos belos e puros.
As tardes mornas sempre estão disponíveis são o retorno nas moradas,
que a página da noite não virou.
De tempo em tempo minha audição foi se expandindo,
comecei ouvir com maior clareza o som de tudo,
percebi que isso aconteceu quando me concentrei mais.
Entre o dia e a noite, a hora da púrpura
Tenho a sensação que o sol precisa do descanso.
E eu de paz!
Havia um passarinho nas manhãs do verão…
Ele cantava com os pulmões cheios de ar…
Lembro que ele tinha uma deficiência num dos pés, mas voava suavemente.
O limoeiro azedo,
ficava atrás da janela da cozinha,
Sempre carregado de flor, de fruto…
Era só abrir a janela…
Como sombras da noite,
muitas lembranças abraçam o passado no presente,
lembranças da vida que passou, presente.
As horas tardias dos verões saudosos
Havia as histórias clássicas da infância,
Escuto minha memória relatar ainda.
Havia sempre um olhar perdido sobre a devastação dos acontecimentos,
percebia o quanto machucava a poesia da vida…
Tardes sem fim,
manhãs ardentes…
eu sempre as amei!
Corria entre o cafezal alto e cheio de flores brancas,
Era preciso amanhecer feliz…
As estradas que quebravam os pedaços de terra,
caminhos que tinham tantas historias minúsculas,
as formigas,
a plantinha com a pequena flor lilás…
Tantas histórias feitas com a pureza da infância…
Dão á mim saúde e alegrias na velhice…
Certo dia um bando de borboletas passou na minha frente,
Elas tinham cores lindas,
faziam um zig-zag no ar…
A planice dos campos eram bordadas com as linhas das folhas, das flores, no silêncio eu ouvia o barulho que elas faziam quando o vento passava.
Deitado o sol ao meio dia caprichava com o seu calor,
Eu achava que ele cochilava,
nesta hora…
As vezes o vento chegava de mansinho,
suave parecia que ele não queria entrar nos meus pensamentos…
Assistia a vida através de uma vidraça, quando meu corpo adoecia…
As palmeiras balançavam tanto com o vento desorientado,
que as folhas ficavam rebeldes e trançadas.
Eram nas madrugadas que o galo cantava,
meia noite, uma hora da manhã que começava…o novo dia…
Lembro sempre dos trigais,
quando a chuva vinha eles dançavam como bailarinas no ritmo da música.
As lembro da paineira, grande esplendorosa.
Suas bagas cheias de algodão.
O algodão da paneira na primavera ficavam soltos no espaço,
aos poucos desciam no chão.
Será que a umidade do espaço deixava-os pesados?
As andorinhas chegavam como princesas,
eram o tempo delas passar a temporada,
casalavam e partiam para outro destino.
Um dia de sol escaldante,
meu avó chegou com a mala na mão…
meu coração explodiu de amor.
Os olhos miúdos da longa idade,
deixa a visão mais aguçada,
permitindo o coração falar.
A velha senhora dizia…
Venho do tempo feito com a brasa do sol,
da delicadeza das estrelas noturnas,
feita da massa bruta da Terra! FEITO
Primeiro corro nos braços do vento,
depois vou para os braços do espaço…
adormeço.
Nem sempre a vida é difícil,
mas sempre ela é bonita.
Quando penso nas dificuldades do viver,

fujo um pouquinho do tempo,
rezo e me entrego furiosamente…mansamente.
Tenho deixado os rastros da vida descalço,
mesmo no cimento das ruas e das calçadas,
gosto mesmo é da terra batida.
Adormeço assim com o paladar de que fiz o que pude,
ainda assim vem um gostinho de quem ainda tem que cumprir o que vem pela f