A GRAVIDEZ DA TERRA. Irene em 10/02/2023
Do tempo que a vida nascia como se fosse um agora que nasce, surgindo das entranhas da terra e das suas composições fertilizadas pela própria Terra.
Terra feita da mistura do calor do sol e dos raios que desliza penetrando no mais profundo ardor que o centro da terra se oferece para doar o seu sangue, as suas veias e o seu colo perante este sol que não cansa de aquecê-la.
Doar-se como a flor se doa para enfeitar a vida que se foi,
aos prantos de quem não acordou e se deixou levar entre elas aos encantos e desencantos que o espaço tem para oferecer.
O tempo germinando como foram milênios de anos dando a luz e acendendo o coração com o sopro da sua alma eterna, a terra permanecerá na sua constância como mãe que não abandona seus filhos.
Assim ela também nasceu das próprias entranhas, das próprias forças para recriar, reproduzir com os seus instintos selvagens nos tempos da escuridão quando o sol ainda mais distante estava.
O seu gerador foi acontecendo com os velhos ventos que o universo inventou.
Entre os zigue-zague e com as contorções sua força sacudia tudo em sua volta, até chegar o momento da iniciação de conseguir girar com um peão desnorteado, e sem saber o que ia acontecer.
Como se fosse uma pessoa com tonturas, e com espasmos ela foi tomando rumo da sua direção.
Na direção do saber ser independente e sem medo de girar, assim começou o seu trabalho de rotação e translação.
E a cada momento da sua passagem vieram então as mudanças entre a claridade e a escuridão.
Em cada pedaço rodado em plena claridade e consequentemente outros pedaços na escuridão, surgindo os dias e as noites.
A formação do seu eixo foi se edificando no centro que aos poucos foi unindo as ligas das matérias metálicas para dar amparo e fixação dos polos de uma e da outra extremidade.
A partir desta construção natural a bola desengonçada e criança ainda parecia brincar ao olhos do Criador, que a olhava com tanto carinho e e amor que decidiu que faria desta bola de barro marrom como as roupas dos frades franciscanos e das montanhas descabeladas.
Os dois pés enormes de cada polo caminhavam sem parar para que ela conseguisse completar delicadamente uma volta em torno do seu próprio corpo, e uma volta no seu próprio eixo.
O barro úmido e as vezes áspero moldava os seus pés descalços, e a cada longo tempo que passava estes pés passam caminhar cada vez mais rápido fazendo marcas da sua presença no espaço, assim como determinado o seu lugar na galáxia antiga e cheia de estrelas.
Nas suas passagens os seus passos seguros mais ficavam, ela própria sentia no seu corpo o calor do sol quando a parte que a tocava.
Sentia que pedia a sensação do frio e que havia um calor que a agradava, por um determinado tempo ela percebia que naquele espaço da sua passagem frente ao sol algo vinham surgindo algumas fagulhas de um verde que tremulava, e ao contar os dias que ali ficava o sobressaindo como indecisa e provavelmente o que ia acontecer com ela mesma.
As experiências dos filhos da terra, os primogênitos, provavelmente as suas raízes se fixavam cada vez mais que elas cresciam, e assim foram formando enormes árvores e se espalhando como se tivessem pressa de se espalharem depois da experiência ter dado certo.
Assim foram surgindo os tons da cor verde, a fotossíntese alterava de acordo com a passagem da terra diante da face do sol.
A diversificação acontecendo como naturalmente de fazendo de cada nascimento a disformidade, as alterações de tamanhos, espessuras, e por vez determinando as suas raízes que se aprofundava para colher os minerais, para se manterem em pé e vivas.
Nos períodos em que a terra se aquecida muito, no tempo conhecido depois de milhões de anos como verão.
As novas mudanças a cada período o ventre da Terra estava cheio de vidas, da multiplicidade, da diversidade e de toda a regulação do sistema solar que como um pai sempre esteve presente alimentando e enviando os recursos necessários neste ventre a céu aberto.
Torturados os girassóis foram ao sol escaldante certa vez,
Quase desmaiados estavam,
sentiam náuseas nos fins dos dias.
Pareciam que tão frágeis querendo imitar o grande pai sol.
Suas folhas ainda não sabiam dançar com os ventos quentes, eram tenras e com a sua cor descorada.
Sem forças cada um lutou para se manter vivo,
Amortecidos pelos raios do sol alguns conseguiam soluçar antes de agonizar.
Todos estavam exaustos, com a sede para viver.
Um vento perdido, solto e sem direção passou por ali e viu tamanha dormência, e tentando aliviar o bravo calor começou dançar como as crianças dançam sobre os campos dos girassóis.
Aos poucos foram despertando para verem quem estava sobre eles.
Tão pouco esperaram uma nuvem de poeira que levantou e foi formando um movimento confuso, mas harmonioso entre eles.
Na correria do movimento do espaço com a terra a chuva aconteceu, foram horas de águas derramadas.
Depois de tudo passar os girassóis voltaram se abraçaram com as suas hastes longas e esticadas…
Momento do nosso encontro com o Sagrado Coração do Universo.
Agradecemos.
Quando fazemos pedidos para nosso Sagrado, ele escuta, responde e ilumina o nosso viver…
Neste dia e nesta noite agradecemos com amor.
Domingando.
O dia de domingo é como um licor,
com cores mansas, sabores para todas as idades, e
com muitas pitadas de amor.